Entrevista com Presidente do CIORJ

De ajudante, e vendedor de ingressos para festas, até o cargo de Presidente, marcou presença na organização de 9 edições do evento.

Odontologia e Produção de eventos. Como as duas profissões se encontraram?
Desde o primeiro ano de faculdade já fazia parte de alguma “comissão”. Era fanático por esse negócio de congresso, eu cresci participando de todos eles. Lembro que comecei nas comissões sociais. Vendia chaveiro, camiseta, canecas... Era uma festa só. E desde criança visitava os congressos. Para um filho de dentista, como eu, isso é quase uma regra. Na verdade, eu gostava! Não sei explicar, mas achava que aquilo tudo tinha muito a ver comigo. Naquela época, o CIORJ ainda era realizado no Hotel Nacional! Parece que coloquei aquilo na minha cabeça. Algo do tipo: "um dia, eu ainda vou fazer isto tudo aqui". Coisa de louco! Ou você já viu alguma criança dizer "quero ser promotor de eventos!”? 
Claro que tudo isso é só uma baita coincidência. Os anos foram passando e era natural que eu continuasse a frequentar os eventos. Vieram os convites para comissões e, a partir daí, não parei mais. Comissão social, comercial, operacional, coordenação geral e agora (ufa!) presidência do evento.



Que esforços você teve que fazer para conseguir se destacar dentro da Odontologia? Abriu mão de algo que sente falta, hoje?
Acho que o que melhor que fiz foi me destacar "da" Odontologia, na sua face mais tradicional, ou seja, o atendimento clínico. Nunca foi meu forte. Eu até fazia bons trabalhos, mas achava tudo muito monótono. Acho que tem algo em meu cérebro que é incompatível com a rotina. Me sentia cansado com aquilo, não havia mais estímulo. Aí busquei outros caminhos. Gosto de administrar, abri uma empresa e sou muito mais feliz. Organizar eventos ainda é hobby, mas não digo que não o farei profissionalmente. A melhor coisa do mundo é fazer do que você gosta, o seu trabalho!


Em sua opinião, quais edições do CIORJ entraram para a história? Algum momento especial lhe marcou?
Essa palavra me mata: memória! Consigo lembrar-me de momentos, sem saber exatamente em qual CIORJ aconteceu. Houve um momento muito bacana em que nos propusemos a arrecadar alimentos, e ao final do congresso tínhamos uma montanha de produtos no meio da feira comercial. Em outra edição do CIORJ havia uma boca imensa na recepção do evento, vinda de um carro alegórico da G.R.E.S. Unidos do Viradouro, na qual todos paravam para tirar fotografias. Enfim, acho que há momentos marcantes, tanto para mim, quanto para qualquer participante. Cada um vive o seu CIORJ a cada ano, e sempre há algo que fica na história. Quem sabe quantos namoros, ou mesmo casamentos, começaram em um CIORJ? 
Um momento marcante para mim foi, sem dúvida alguma, o show da Blitz, no 19º CIORJ em 2009. Não pelo show em si, mas pela festa que fizemos ao comemorar o resultado alcançado. Tudo saiu como planejamos! A própria praça de alimentação era um retrato disso: Saímos de um palco que chamo de "caixotinho" do 18º CIORJ em 2007, e montamos uma estrutura profissional para shows. Foi a realização de um sonho. Um congresso planejado por nós e vivido intensamente do começo a fim.



Quais são as novidades do 20º CIORJ? O que o congressista pode esperar entre os dias 20 e 23 de julho de 2011?
A marca de nosso trabalho vem sendo a ousadia. Nunca tivemos medo de mudar, sempre buscamos as novidades, sempre queremos fazer diferente. Em 2011 a fórmula vai ser essa: Inovação, sempre! O congressista pode esperar um congresso com a mesma qualidade científica que é a marca do CIORJ, mas com uma grande novidade - o sistema de módulos. Através dos módulos, os participantes não ficarão mais perdidos em meio a tantas opções. Para quem gosta de Estética, módulo de Estética! Endo? Módulo de Endodontia! Separamos os módulos por especialidade, criamos um específico para os acadêmicos, outro para os ortodontistas, outro para os periodontistas, e por aí vai. O meu “xodó” é o módulo de Estética. Serão mais de 30 professores, os melhores do Brasil! Por um preço inacreditável!
Ainda na área científica, estamos preparando o maior concurso de painéis já visto. Todos devem estar preparados. Serão mais de 30 mil reais em prêmios! E o primeiro lugar... Bom, esse vai curtir o frio de Nova Iorque e expor seu trabalho no “The 2011 Greater New York Dental Meeting”.
E além de tudo, queremos fazer o CIORJ mais interativo possível, compatível com os dias de hoje. Já presente em todas as redes sociais, estamos também usando as fotos dos participantes em nossa comunicação. Todos podem participar! Confiram o site, sejam amigos do CIORJ no facebook, sigam o CIORJ no twitter. Todos que estiverem cadastrados terão surpresas durante o evento. Vale a pena estar conectado! 



Quais prêmios você conseguiu na sua carreira, como organizador de eventos?
Sem demagogia... Meus amigos e o respeito do mercado! A organização de um evento do porte do CIORJ gera uma ampla exposição. É muito legal, você fica conhecendo muita gente. De todos os lugares, de todos os setores do mercado odontológico. Hoje tenho grandes amigos que conheci por causa do congresso e sou grato por isso. Além disso, o reconhecimento de nosso trabalho por representantes da indústria, comércio e da comunidade científica, é o maior prêmio que poderíamos receber. Meu maior orgulho é ouvir "vocês mudaram a cara do CIORJ". Isso, como diz a propaganda: não tem preço!

O que lhe motiva a organizar CIORJ após CIORJ? Qual o segredo para conseguir sucesso com um evento de tamanho porte?
A motivação é algo inerente ao ser humano. Ele precisa estar motivado, nada o motiva. Acho que isso é verdade. A motivação vem de nós mesmos. Eu sinto uma verdadeira paixão por organizar este evento. Às vezes tento explicar e não consigo. Hoje já sei como fazer as pessoas entenderem... Vamos dizer que o CIORJ para mim é como aquela reabilitação total para o protesista, aquela endodontia complicada para o endodontista ou aquela correção ortodôntica que parecia impossível, para o ortodontista. É o prazer de olhar e falar, nós fizemos isso acontecer. Acho que é a mesma sensação que tem um carnavalesco ao ver sua escola entrar na avenida. É transformar aquilo que começou no papelzinho jogado em sua mesa em realidade.
Outra coisa muito legal é ver o resultado prático. O lucro gerado pelo evento permitiu diversas expansões (a ABO-RJ Barra é um exemplo) e melhorias na prestação de serviços da ABO-RJ. Isso é importante, pois torna tangível a qualidade de nosso trabalho. Muitos só avaliam números e os nossos, sem falsa modéstia, são excelentes. Para uma equipe jovem como a nossa, isso é fundamental para trazer credibilidade.
O segredo? Não é segredo! É até um chavão... Todo mundo fala, e é verdade: Paixão! Se você faz o que gosta, e mais, sente paixão em fazer, o sucesso é consequência. Isso é um fato.



Entre erros e acertos, o que você aprendeu com a Odontologia e com o CIORJ?
Com a Odontologia aprendi a valorizar cada palavra do ser humano. Sabe aquela coisa: "tá doendo aqui doutor, tá coçando, tá formigando” Não importa! Por mais absurda que pareça uma queixa, para mim ela sempre fará sentido. Sempre vou ouvir e tentar identificar o que existe por trás daquela mensagem. Paciente não mente, não inventa como muitas vezes ouvimos. Nada é “frescura”. Aprendi a respeitar isso demais. É um ensinamento que trouxe para minha vida: Aprender a ouvir.
O CIORJ? Foi uma escola para mim, a maior de todas. Tudo aquilo que está nos livros de gestão, finanças, administração, recursos humanos, liderança, trabalho em equipe, etc... Enfim, tudo isso está presente quando você desenvolve um projeto como o CIORJ. Estamos falando de um “mega negócio”, que movimenta milhões de reais, leva um ano sendo organizado, para acontecer em 4 dias. Quer um comparativo? Quem nunca ficou preocupado com sua festa de casamento ou aniversário? Por mais que você cuide de tudo antecipadamente, a dúvida se dará tudo certo sempre existe em sua mente. Agora, imagina isso em um evento do porte do CIORJ, com 50 mil pessoas circulando. Dá para entender por que é uma escola?



Qual foi a grande lição aprendida com o CIORJ? Qual foi o seu momento mais feliz no Congresso? Qual o mais triste?
A grande lição: cerque-se das pessoas mais motivadas e terás uma equipe imbatível. Perceba que não estou falando de capacidade técnica. Estou falando de motivação. A capacidade, a gente adquire. A motivação, a paixão, precisa vir de dentro. O CIORJ hoje é o resultado da formação de uma equipe apaixonada pelo que faz. Essa é a lição.
O momento mais triste aconteceu em 2007, quando sofri uma paralisia facial no primeiro dia do 18º CIORJ. No dia seguinte, crise hipertensiva e socorro com ambulância. Dá para imaginar o final da história... Por ordens médicas, não pude mais participar do evento. Foram dias de angústia dentro de um quarto. Era meu primeiro evento como coordenador geral, precisava acertar, estava desesperado. Ainda bem que tudo deu certo. Mais uma vez, a qualidade da equipe foi fundamental. Ah! Não me deixaram sequer ir ao show da Banda CELEBRARE! Era minha banda predileta, sonhei em comemorar o resultado do evento neste show. Fiquei trancado no quarto. Aprendi neste dia qual o real efeito de um bom ansiolítico...

O momento mais feliz?
O final do 19º CIORJ, em 2009. A sensação do dever cumprido, do resultado alcançado, o olhar de felicidade de cada membro de nossa equipe. Esse foi o grande momento!

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