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PORTO, Portugal: Os resultados do primeiro National Oral Health Barometer, um estudo em saúde bucal realizado pela Associação Odontológica Portuguesa, indicam que a crise financeira que atingiu o mundo em 2008 teve um impacto significativo no acesso a cuidados de saúde odontológica em Portugal. O estudo mostrou que as questões monetárias foram o principal motivo pelo qual as pessoas entrevistadas não consultaram um dentista no último ano.
Principalmente por razões de ordem financeira, 20,9% dos participantes tiveram menos idas ao dentista no último ano. Mais do que 8% declararam que nunca foram ao dentista.
Embora muitas pessoas relataram ter dificuldade em beber ou comer devido a problemas dentários, apenas 48,8% dos participantes do estudo disseram que visitam o dentista para um check-up dentário uma vez por ano e 29,5% afirmaram que só vêm o dentista em caso de uma emergência ou dor de dente.
A sondagem também mostrou que 70% da população portuguesa tem alguns dentes faltando e mais de 20% têm pelo menos dez dentes ausentes, enquanto que 7% são desdentados. Da última, somente 7,7% usa próteses dentárias fixas e 36,2% utiliza outras próteses. Isso significa que mais de 56% não têm dentaduras ou próteses.
No que se refere aos hábitos de higiene oral, a sondagem mostrou que 97,3% dos participantes escovam os dentes regularmente, e 72,7% escovam mais de duas vezes por dia. No entanto, 54,4% disseram que não usam enxague bucal e 76,2% não usam fio dental.
"Os resultados do barometro mostram que ainda há muito a ser feito em termos de saúde odontológica em Portugal," disse o Dr. Orlando Monteiro da Silva, Presidente da Associação Odontológica Portuguesa e ex-Presidente da FDI World Dental Federation. "Doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e infecções são altamente influenciadas pela saúde bucal. As pessoas continuam a não ir ao dentista, o que significa que, quando eles vão, eles já estão sofrendo de graves patologias. O número de pessoas desdentadas é extremamente alto, o que restringe uma dieta correta, colocando em risco a saúde de modo geral"
As conclusões são baseadas em 1.102 entrevistas, realizadas em Portugal e foram apresentados pela primeira vez no 23º congresso anual da Associação Odontológica Portuguesa, que foi realizado de 6 a 8 de Novembro de 2014 no Porto.
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