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Dentes primários revelam um grupo desconhecido de pessoas antigas

A descoberta de dois dentes primários enterrados profundamente em um sítio arqueológico da Sibéria revelou muito sobre migração e história humana. (Imagem: Esteban De Armas / Shutterstock)

seg. 19 agosto 2019

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CAMBRIDGE, Reino Unido: Cientistas descobriram recentemente dois dentes primários enterrados em um sítio arqueológico remoto no nordeste da Sibéria. A descoberta revelou que um grupo anteriormente desconhecido de pessoas viveu lá durante a última Idade do Gelo e foi descrito como um momento emocionante que oferece mais conhecimento sobre a história humana.

"Essas pessoas foram uma parte significativa da história humana, elas diversificaram quase ao mesmo tempo que os ancestrais dos asiáticos e europeus modernos e é provável que em um ponto elas ocuparam grandes regiões do hemisfério norte", disse o professor Eske Willerslev, do St John's College da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Os dois dentes primários foram encontrados em um grande sítio arqueológico na Rússia perto do rio Yana. O local, conhecido como Yana Rhinoceros Horn Site, foi descoberto em 2001 e revelou mais de 2.500 artefatos feitos de ossos de animais e marfim, juntamente com ferramentas de pedra e outras evidências de habitação humana. A equipe internacional de cientistas da Universidade de Cambridge e do Lundbeck Foundation Centre for GeoGenetics na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, da qual Willerslev é o diretor, nomeou as novas pessoas como os Antigos Siberianos do Norte.

O Dr. Martin Sikora, do centro e primeiro autor do estudo, disse: “Eles se adaptaram a ambientes extremos muito rapidamente e foram altamente móveis. Essas descobertas mudaram muito do que pensávamos saber sobre a história da população no nordeste da Sibéria, mas também o que sabemos sobre a história da migração humana como um todo”.

É amplamente aceito que os seres humanos chegaram primeiro às Américas, da Sibéria ao Alasca, através de uma ponte sobre o Estreito de Bering, submersa no final da última Era Glacial. No estudo, os pesquisadores conseguiram identificar alguns desses ancestrais como grupos asiáticos que se misturaram com os antigos siberianos do norte. “Os restos são geneticamente muito próximos dos ancestrais dos falantes paleo siberianos e próximos aos ancestrais dos nativos americanos. É uma peça importante no quebra cabeça da compreensão da ascendência dos nativos americanos, como você pode ver a assinatura Kolyma nos nativos americanos e paleo siberianos. Esse indivíduo é o elo perdido da ancestralidade dos nativos americanos”, observou Willerslev.

O estudo, intitulado “A história da população do nordeste da Sibéria desde o Pleistoceno", foi publicado em 5 de junho de 2019 em Nature.

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