COLLEGE STATION, Texas, EUA: Cientistas americanos desenvolveram uma nova técnica de imagem não invasiva que pode detectar e diagnosticar o câncer bucal de modo mais eficiente, menos invasivo e em menos tempo. Eles esperam que o método mudará o modo como os médicos inicialmente observarão as áreas pré-cancerígenas e cancerígenas na boca do paciente.
Convencionalmente, as mudanças estruturais do tecido bucal são avaliadas através da biópsia, um exame laboratorial que pode levar de uma a duas semanas. A nova técnica, entretanto, foi designada para produzir uma análise não invasiva detalhada do tecido detectando mudanças morfológicas e bioquímicas, que são fatores chave para determinar se o tecido é pré-cancerígeno ou cancerígeno, de acordo com a Dra. Kristen Maitland, professora assistente do Departamento de Engenharia Biomédica da Universidade A&M Texas, que desenvolveu a técnica.
A técnica une o microscópio confocal e o microscópio de imagem fluorescente (FLIM) para analisar as mudanças morfológicas, bioquímicas e moleculares no tecido bucal. O FLIM permite aos médicos ampliarem as imagens do tecido bucal com luz ultravioleta, mostrando mudanças moleculares associadas ao câncer bucal, explicou Maitland. Entretanto, o uso do FLIM é limitado porque ele pode reagir erroneamente em tecido inflamado. Para superar isso, a Dra. Maitland juntou a tecnologia com o microscópio confocal, uma técnica de imagem que ilumina um único ponto e funciona com alta precisão. Essa tecnologia fornece, em particular, informações detalhadas sobre as características morfológicas do tecido. Entretanto, seu campo limitado de visão dificulta a imagem inteira da cavidade bucal. Por isso, o FLIM é usado como um guia do microscópio confocal nesse sentido.
De acordo com Maitland, até agora os resultados tem sido promissores, mas ainda é preciso muito trabalho a ser feito antes do sistema atingir experimentos em grande escala. No geral, sua pesquisa objetiva desenvolver um sistema que forneça um diagnóstico preciso quase que instantaneamente e que permita os clínicos a monitorarem o tratamento não invasivo a fim de determinarem sua eficácia no tecido doente, ela disse.
As descobertas foram publicadas on-line em 8 de Março na revista Journal of Biomedical Optics antes da versão impressa.