“O ICD me deu a oportunidade única de conhecer dentistas talentosos de todo o mundo”

“Faça com paixão” é um lema que você preza. Você poderia compartilhar o que o inspirou a se tornar um dentista e se especializar em implantodontia e como sua paixão evoluiu ao longo do tempo?
Estudei medicina e me formei como cirurgião geral, com especialização em cirurgia gastrointestinal, e trabalhei nesta área por mais de dez anos. No entanto, com o passar do tempo, percebi que as pressões do ambiente hospitalar não se alinhavam com meus objetivos de carreira. Depois de me formar em odontologia e fazer vários cursos para aprofundar meu conhecimento, a transição para a odontologia me permitiu ter mais independência e construir relacionamentos mais próximos com os pacientes e fornecer a eles cuidados personalizados.

Minha formação cirúrgica me levou à implantodontia, onde notei uma falta de conhecimento dos princípios cirúrgicos básicos em muitos dos meus colegas. Isso despertou uma nova paixão em mim, uma motivação para ensinar e escrever, o que tem sido incrivelmente gratificante.

Qual aspecto do seu trabalho ou vida lhe traz mais realização?
Meu objetivo é fazer as coisas de uma forma que pareça certa para mim, ao mesmo tempo em que estou presente para meus pacientes, garantindo que eles possam contar comigo, especialmente em momentos críticos. É importante para mim que eles se sintam apoiados, seja antes, durante ou depois da cirurgia. Embora certas situações possam parecer rotineiras para mim como cirurgião, sempre me lembro de que os pacientes podem estar se sentindo ansiosos ou estressados, e tento ser sensível a isso. Em um nível pessoal, estou sempre me esforçando para crescer e me aprimorar.

Como começou sua jornada com o ICD e você teve alguma reserva sobre se tornar um membro quando foi nomeado?
Entrei para o ICD como membro em 2006 e meu envolvimento cresceu a partir daí. Em 2015, tornei-me regente do distrito italiano e servi por mais de dez anos. Então, entrei para o conselho internacional como representante europeu em 2016 e fui nomeado registrador da seção europeia em 2018. Em 2023, tornei-me vice-presidente europeu e fui eleito vice-presidente global em dezembro de 2024.

Quando fui abordado pela primeira vez sobre assumir uma função de liderança, fiquei hesitante. Inicialmente, me senti desqualificado para suceder o registrador europeu, apesar das várias recomendações dos meus colegas. Eles me convenceram de que eu era o mais adequado e, depois de pensar um pouco, concordei em assumir a responsabilidade, o que, no final das contas, me levou aonde estou hoje.

Quais foram algumas das experiências mais inesperadas ou gratificantes que você teve por meio do ICD?
O ICD me deu a oportunidade única de conhecer dentistas talentosos do mundo todo em um ambiente íntimo e envolvente. Ao contrário de grandes congressos, onde os profissionais de odontologia geralmente estão ocupados demais para interagir significativamente, as reuniões do ICD oferecem uma chance de se conectar e aprender com os outros.

Além disso, o ICD nos permite vivenciar cidades anfitriãs de maneiras especiais. Por exemplo, em Milão, tivemos um coquetel privado no Museu de Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci, com exibições de suas incríveis invenções. Este ano, em Milão, estou organizando um tour privado pelo convento de Santa Maria delle Grazie, lar da Última Ceia de Leonardo . Essas experiências memoráveis ​​agregam muito valor ao trabalho que fazemos.

Além das conexões profissionais, o aspecto humanitário do ICD é igualmente gratificante. Não se trata apenas de enviar suprimentos para os necessitados; trata-se de criar soluções de longo prazo, como construir clínicas ou poços, abordando questões como água potável insegura, que afeta a saúde pública e resulta em absenteísmo tanto no trabalho quanto na escola. Todos esses aspectos combinados me deixam orgulhoso de ser um membro do ICD.

Você é o vice-presidente global do ICD, será o presidente eleito a partir de outubro e se tornará o presidente global no final do ano que vem. Você poderia compartilhar sua visão global para o ICD e acredita que seu mandato de um ano como presidente global será tempo suficiente para causar um impacto significativo?
Embora um mandato de um ano como presidente global seja curto, trabalhamos em conjunto como uma equipe de liderança. O vice-presidente, o presidente eleito, o presidente e o ex-presidente imediato colaboram frequentemente para garantir a continuidade de nossos objetivos. Mantemos contato constante por meio de reuniões, chamadas e outros canais para nos alinharmos com as metas estratégicas.

Um dos meus principais objetivos é aumentar a presença global do ICD. Meu objetivo é atrair gerações mais jovens de dentistas criando programas que sejam atraentes para eles. Ao fazer isso, podemos garantir que o ICD permaneça vibrante e com visão de futuro, ao mesmo tempo em que preservamos seu legado. O mandato de um ano pode parecer breve, mas com o esforço coletivo da equipe, estou confiante de que faremos um impacto significativo.

De quais mudanças ou desenvolvimentos importantes dentro do ICD você mais se orgulha, e por quê?
Quando eu era registrador da seção europeia, eu me concentrei em tornar a gestão do ICD mais eficiente e inclusiva. Por exemplo, trabalhei na simplificação da cerimônia de indução para torná-la mais rápida e acessível, e meu objetivo era envolver um grupo maior de pessoas no processo de tomada de decisão.

Uma das maiores mudanças das quais me orgulho é o esforço para trazer fellows mais jovens. Reconheci que, embora a experiência seja importante, novas ideias e entusiasmo de membros mais jovens foram igualmente vitais para o crescimento contínuo do ICD. Ao convencer o conselho a aceitar fellows mais jovens, mesmo aqueles sem currículos de prestígio, fomos capazes de rejuvenescer a organização. Hoje, o distrito italiano é visto como um líder na Europa, e a Europa é considerada a seção mais forte globalmente.

O Dr. Ian Doyle, presidente global do ICD, declarou recentemente que o ICD “é a sociedade de honra preeminente para dentistas em todo o mundo — não por causa de riqueza ou influência política, mas porque valorizamos o serviço acima de tudo”. Como você vê a influência do ICD na esfera política ou profissional?
O ICD mantém uma forte reputação globalmente, mas intencionalmente mantemos a política separada de nossas operações. Embora não tenhamos como objetivo influência política, construímos parcerias valiosas com organizações importantes, como a American Dental Association e outras sociedades odontológicas globais. Esses relacionamentos nos ajudam a ampliar nossas iniciativas e trabalhar juntos em importantes projetos de saúde bucal.

Estamos focados em promover a cooperação e influenciar práticas odontológicas globais por meio da colaboração. Por exemplo, o Dr. Dov Sydney, diretor de comunicações globais do ICD e editor sênior, nos representa nas Nações Unidas, ajudando a aumentar a conscientização sobre questões importantes de saúde bucal. Nosso objetivo é nos envolver com tomadores de decisão influentes para criar mudanças positivas na profissão odontológica.