Cientistas esperançosos em minimizar efeitos adversos à saúde ligados ao ronco

O estudo foi conduzido na Universidade de Umeå, na Suécia, e enfocou os processos por trás do dano vibratório e a cura do trato respiratório superior. “Além dos efeitos perturbadores, o ronco constante pode representar um risco significativo para a saúde. No entanto, há indícios de que nossa pesquisa irá orientar medidas preventivas precoces e, a longo prazo, também melhorar a cicatrização do tecido danificado causado pelo ronco”, disse o pesquisador Dr. Per Stål, professor do Departamento de Biologia Integrativa Médica da Universidade de Umeå.

De acordo com o estudo, as lesões neuromusculares no trato respiratório superior em pacientes roncadores e pacientes com apnéia do sono podem ser observadas tanto no nível estrutural quanto no nível molecular. Além de observar uma correlação entre a disfunção do ronco e da deglutição, a equipe de pesquisa foi capaz de observar uma ligação entre os danos nos nervos e a apneia obstrutiva do sono. No estudo, pessoas que roncavam constantemente e apresentavam apnéia do sono apresentavam perda de nervos e massa muscular no palato mole. A tentativa do corpo de curar o tecido danificado foi perturbada e resultou em uma estrutura muscular anormal. Além disso, a equipe de pesquisa descobriu que as fibras musculares no palato mole também careciam de certas proteínas estruturais ou a organização das proteínas era perturbada. Essas proteínas são responsáveis pela estabilização das organelas da célula muscular e pelas estruturas celulares relacionadas à produção de energia e à contração das fibras musculares.

Embora os pesquisadores tenham documentado a presença de um neurotransmissor normalmente associado à cura e regeneração de neurônios, a tentativa do corpo de curar as lesões foi frustrada pelas recorrentes vibrações do ronco. Isso sugere que o ronco tanto causa danos quanto impede a cicatrização de ferimentos.

Atualmente, o grupo de pesquisa está crescendo experimentalmente músculos e células nervosas no Laboratório de Biologia Muscular da Universidade. As células cultivadas serão expostas a vibrações nocivas e dessaturação de oxigênio para avaliar os danos. Posteriormente, as células serão tratadas com substâncias conhecidas por seu papel no reparo e regeneração celular. Os pesquisadores esperam que os experimentos gerem dados extensivos que possam contribuir para novas estratégias de tratamento para danos causados por vibrações.

O estudo, intitulado "Anormalidades da desmina e da distrofina nos músculos das vias aéreas superiores de roncadores e pacientes com apnéia do sono", foi publicado online em 14 de fevereiro de 2019 na Respiratory Research.

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