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A ausência do aleitamento materno pode predispor crianças a defeitos no esmalte

Hipoplasia de esmalte simétrica de grau I em incisivos permanentes (Foto: Maurizio Procaccini et al.)
Dental Tribune International

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ter. 4 junho 2013

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DIAMANTINA, Brasil: Uma nova pesquisa brasileira sugeriu que fatores perinatais, como o aleitamento materno, estão relacionados com o desenvolvimento defeituoso do esmalte dentário nas crianças. Um estudo com mais de 200 crianças em idade pré-escolar descobriu a alta prevalência de tais defeitos naqueles que não foram amamentados e nos quais as mães possuíam menos de 24 anos de idade na época do nascimento da criança.

Com o objetivo de determinar a prevalência de defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE) e de identificar o risco associado de DDE na dentição primária, os pesquisadores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri no Brasil examinaram as cáries de 104 crianças com no mínimo uma superfície dentária afetada pelos DDE e 105 crianças com dentes saudáveis. As crianças possuíam idade de 3 a 5 anos e residiam em Diamantina, cidade do sudeste brasileiro. Em adição, os pesquisadores conduziram as entrevistas com os pais ou responsáveis das crianças.

Os tipos mais comuns de DDE foram a opacidade difusa e demarcada (54%) e a hipoplasia (7%). No caso de esmalte opaco, a matriz é secretada em espessura normal, mas algumas partes falham na maturação ou na mineração adequada, explicaram os pesquisadores. Hipoplasia de esmalte está associada à redução da espessura do esmalte. Os DDE deixam os dentes mais suscetíveis às cáries e podem afetar a estética dos incisivos maxilares.

Em adição, eles descobriram que a ausência do leite materno foi significativamente associada aos DDE. Crianças que não receberam aleitamento materno tinham mais defeitos no esmalte comparado as que receberam. De acordo com os pesquisadores, isso pode ser devido à redução de nutrientes durante a formação dental, como o cálcio que é normalmente transmitido através do leite.

Além disso, a idade das mães parece ter afetado o desenvolvimento de DDE. No estudo, crianças com mães de idade inferior a 24 anos no período do nascimento tiveram uma grande frequência nos defeitos do esmalte. A idade materna também foi associada à renda mensal familiar. Os DDE foram mais associados às crianças cujas mães ganhavam menos de dois salários mínimos.

Os pesquisadores sugeriram que mães jovens com baixo poder aquisitivo são mais suscetíveis a complicações durante a gravidez devido ao pobre atendimento público de saúde, resultando em nascimentos prematuros e de baixo peso. Ambos fatores foram associados aos DDE nos dentes primários em estudos anteriores.

O estudo foi publicado on-line na revista de Pesquisa Odontológica Brasileira antes da versão impressa.

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