MILÃO, Itália: Técnicos em prótese dentária podem ter um risco aumentado de desenvolvimento de câncer relacionado com o amianto, sugerem os pesquisadores italianos. De acordo com os resultados do estudo, a exposição no passado a materiais utilizados anteriormente na fabricação de próteses dentárias poderia desencadear muito o desenvolvimento posterior do mesotelioma maligno, um tipo de câncer que acomete mais frequentemente as pleuras pulmonares e menos comumente o peritônio.
O amianto, uma causa comprovada de câncer, foi um material amplamente utilizado em produtos de construção, sobretudo nos anos sessenta e setenta. Em odontologia, foi utilizado como um aglutinante em curativos periodontais e como material de revestimento para fundição de anéis e cadinhos.
Os pesquisadores italianos, especialistas em ciência ambiental e saúde ocupacional, realizaram uma análise de mais de 5 mil pacientes com mesotelioma pleural entre 2000 e 2014. Eles encontraram apenas quatro indivíduos cuja exposição ao amianto tinha sido no seu trabalho como técnicos em prótese dentária.
"Três homens foram trabalhando como técnicos de laboratório dental, com exposição ao amianto por 10, 34 e 4 anos e uma mulher tinha sido ajudando o marido durante trinta anos na fabricação de próteses dentárias", escreveram os autores do estudo, dentre eles a Dra. Carolina Mensi, do Departamento de Medicina Preventiva da Fondazione IRCCS Ca' Granda do Ospedale Maggiore Policlinico, um instituto de pesquisa científica, hospitalização e cuidados de saúde do hospital de Milão. Os homens descreveram a utilização do amianto como um material de revestimento para a fundição de anéis, enquanto a mulher não foi capaz de confirmar a utilização.
Técnicos em prótese dentária que trabalharam com o amianto no passado podem ter inalado fibras microscópicas cancerígenas do material, e isso pode desencadear o desenvolvimento de mesotelioma em anos posteriores.
O estudo intitulado "Mesotelioma maligno pleural em laboratório de técnicos em prótese dentária: Uma série de casos", foi publicado antes da impressão em 13 de abril de 2017 no American Journal of Industrial Medicine.
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