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Nanotecnologia pode melhorar a integração de tecidos moles de implantes dentários

Os pesquisadores aplicaram nanoporos na superfície do titânio e descobriram que eles aprimoravam a formação de selagem dos tecidos moles. (Imagem: DenDor/Shutterstock)

sex. 17 julho 2020

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BRISBANE, Austrália: Garantir a formação de uma vedação sólida de tecidos moles na superfície do pilar dental é crucial para proteger o tecido subjacente do ambiente bucal rico em micróbios. Nos últimos anos, a nanotecnologia tem sido cada vez mais aplicada na Odontologia. Agora, pesquisadores da Universidade de Queensland aplicaram nanoporos de titânia (TNPs- sigla em inglês) na superfície do titânio. O objetivo da pesquisa é modificar com nanoporos implantes dentários, a fim de melhorar a integração de tecidos moles e a cicatrização de feridas.

"A baixa integração entre o implante e o tecido circundante é uma das principais causas de falha do implante dentário", disse a dra. Karan Gulati, da escola de odontologia da universidade, em um comunicado à imprensa. "Se a vedação entre o implante e o tecido gengival circundante falhar, isso poderá resultar na entrada de bactérias no implante e causar infecção".

Como solução para esse problema, a equipe de pesquisa propôs a fabricação de nanoporos⁠⁠—furos de 40 a 80 nm de diâmetro⁠—para cobrir toda a superfície do pilar do implante dentário. Usando anodização eletroquímica, os pesquisadores fabricaram TNPs mecanicamente robustos em superfícies de titânio. Estes foram comparados com os controles de titânio clinicamente relevantes, e uma viabilidade celular melhorada foi observada nos TNPs. De acordo com Gulati, as células dos tecidos moles aderiram bem aos nanoporos, resultando em uma melhor formação da vedação dos tecidos moles.

A falha no implante dentário representa um ônus econômico e de saúde na Austrália, destacou Gulati. "A taxa de falha dos implantes dentários geralmente é de 5% a 10% e, para fumantes, pode chegar a 20%", disse ele. "A falha é mais comum em pacientes idosos, fumantes, pessoas com falta de higiene bucal e pessoas com problemas de saúde contínuos, como diabetes e osteoporose", explicou Gulati. Assim, a falha do implante aumenta ainda mais a carga financeira para os pacientes, pois há despesas adicionais além do custo do implante original.

Gulati espera que os testes em humanos comecem no próximo ano: "Otimizamos os protocolos e as terapias, agora estamos prontos para transformar a pesquisa em realidade". Gulati acrescentou: "No momento, estamos buscando financiamento para nos permitir comprar equipamentos adicionais e recrutar pessoal para que a tradução clínica possa começar".

O estudo, intitulado “Anodized anisotropic titanium surfaces for enhanced guidance of gingival fibroblasts”, foi publicado na edição de julho de 2020 da Materials Science and Engineering: C.

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