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Entrevista: “Nós temos a responsabilidade de encontrar alternativas melhores, mais seguras e acessíveis à amálgama dentária”

Prof. David Williams (Foto: Anne Faulmann, DTI)

ter. 20 setembro 2016

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Na manhã de 9 de setembro, a FDI (Federação Dentária Internacional) deu as boas-vindas aos participantes de seu World Oral Health Forum (Fórum de Saúde Bucal Mundial), intitulado “Você está preparado para a fase de redução da amálgama? Como a Convenção de Minamata impacta o seu consultório?”. O Dental Tribune Online teve a oportunidade de falar com o Prof. David Williams, responsável pela sessão e vice-executivo do Comitê Científico da FDI, sobre os desafios e oportunidades da fase de redução, e determinação de respostas apropriadas.

Dental Tribune Online: Até agora, 30 dos 128 países que assinaram a Convenção de Minamata sobre Mercúrio ratificaram. Quanto tempo levará para que a odontologia deixe para trás o legado da amálgama?
Prof. David Williams: Não é enfaticamente o caso de que a fase de redução do uso da amálgama tenha uma perspectiva distante. A convenção terá força quando tiver sido ratificada por 50 países. Os atuais 30 serão dobrados quando a União Europeia, com 28 países, ratificar a convenção e, deste modo, ultrapassará a marca necessária de 50 países. À parte disso, alguns países estão no processo inicial de banir totalmente e imediatamente o mercúrio, o que significaria a retirada imediata da amálgama nesses países.

A Polônia, como muitos países em desenvolvimento, ratificou a convenção. A amálgama já é considerada uma coisa do passado nesses países?
O uso da amálgama está diminuindo em muitos países com renda elevada, porém onde a renda é média e baixa, onde a taxa de dente cariado aumenta, não há muitas alternativas disponíveis e acessíveis monetariamente. É nesses países que a necessidade para uma alternativa satisfatória à amálgama é grande e essa tem sido uma preocupação da Organização Mundial de Saúde. O principal sentido que a Convenção de Minamata dá à fase de redução do uso da amálgama, mais do que bani-la, é dar tempo à pesquisa necessária para descobrir alternativas boas e seguras ao seu uso. Como eu disse em resposta à primeira pergunta, isto é agora uma questão de urgência, e por isso este tópico é foco no World Oral Health Forum.

O que podemos aprender com os países que já implementaram programas de fase de redução da amálgama?
Este é um tópico que consideramos durante o congresso do World Oral Health Forum. É importante frisar que, enquanto existe alternativas à amálgama e a utilização das alternativas é ampla em países de renda elevada, ainda há uma quantidade alta de dentes cariados não tratados em muitos desses países que dentre eles, por diversas razões, não consultam o dentista com regularidade.

Quais materiais ou técnicas estão disponíveis aos dentistas atualmente, e quais são os seus benefícios e défices na prática diária?
Certas alternativas à amálgama estão em uso em muitos países de renda elevada, mas todas elas têm deficiências e os efeitos a longo prazo na saúde são pouco conhecidos—então não há justificação para a complacência. Nós precisamos focar novamente na prevenção mais eficaz da cárie dentária e ao mesmo tempo pesquisar novas e melhores alternativas à amálgama dentária.

Por que a profissão, em geral, deveria permanecer comprometida com a fase de redução do uso de amálgama, e qual o papel da FDI nesse processo?
A profissão deve manter-se comprometida à fase de redução do uso da amálgama devido aos enormes danos que o mercúrio no meio ambiente causa à saúde. Como uma profissão, nós temos a responsabilidade de encontrar alternativas melhores, mais seguras e acessíveis à amálgama dentária para melhor atendermos nossos pacientes. A FDI tem um papel-chave de liderança neste contexto.

Muito obrigado pela entrevista.

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