DT News - Brazil - Dentistas conduzem pesquisa em detecção mais rápida do vírus Zika

Search Dental Tribune

Dentistas conduzem pesquisa em detecção mais rápida do vírus Zika

Pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade de New York estão desenvolvendo um teste para o vírus Zika que usa saliva para identificar marcadores diagnósticos em uma fração do tempo de testes atuais. (Fotografia: New York University College of Dentistry)

sex. 27 abril 2018

guardar

NOVA IORQUE, EUA: A detecção precoce de qualquer doença ou vírus é crítica. O surto de 2015 de Zika no Brasil, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a Zika e seu link para defeitos de nascimento uma emergência de saúde pública, é um excelente exemplo disso. Agora, pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade de New York (NYU Dentistry- em inglês) estão desenvolvendo um novo teste para o vírus da Zika que usa saliva para identificar marcadores de diagnóstico do vírus em uma fração do tempo de testes comerciais atuais.

Trabalhando com a empresa de pesquisa Rheonix, os cientistas se basearam em seu anterior trabalho colaborativo para a detecção de HIV, para a qual eles desenvolveram um rápido teste de saliva que podem reconhecer ambos, RNA viral e anticorpos. "Quando desenvolvemos o teste de HIV, sabíamos que poderíamos usar o mesmo modelo para qualquer doença infecciosa. Tudo o que precisamos saber é a sequência de ácido nucleico e um antígeno para identificar anticorpos específicos", disse o autor do estudo Dr. Daniel Malamud, Professor de Ciências Básicas na NYU Dentistry.

Teste de patógenos frequentemente envolve duas etapas distintas: uma para detectar um patógeno de ácidos nucléicos (RNA ou DNA) e outra para teste de anticorpos. Atualmente, a principal maneira de testar a ZIKA é em tempo real através de teste de reação em cadeia da polimerase, que pode levar cerca de 3 horas – com os testes de anticorpos específicos levando até várias semanas. O sangue é geralmente usado para o teste do vírus; entretanto, os pesquisadores acreditam que essa pode não ser a melhor opção, pois o ácido nucleico do vírus desaparece no sangue em uma semana ou duas depois que uma pessoa está infectada, mas pode persistir por mais tempo na saliva, sêmen e urina. Além disso, anticorpos podem permanecer por meses ou anos nos fluidos corporais, e é por isso que é fundamental para o diagnóstico para também detecção de anticorpos após a infecção.

Financiado pelo National Institutes of Health, os pesquisadores da NYU Dentistry estão agora desenvolvendo um teste que combina ácido nucleico e ensaios de anticorpos utilizando saliva, dado que os ácidos nucleicos do vírus ZIKA e os anticorpos persistirem neste fluido. Um teste de saliva também é não invasivo, de baixo custo e mais fácil de coletar do que sangue ou urina. Segundo os pesquisadores, o novo teste tem o potencial de produzir resultados em questão de minutos.

"Quanto mais cedo você puder identificar um patógeno, mais cedo as medidas podem ser tomadas para tratar e isolar as pessoas. Durante uma epidemia, você poderia testar as pessoas antes que elas entrem em um avião. O futuro de estar em segurança no aeroporto pode não ser tirar seus sapatos, mas em vez disso cuspir dentro de um tubo", disse Malamud.

Para o teste, os pesquisadores alteraram o modelo para detectar as sequências de ácidos nucleicos para Zika em vez daquelas para HIV. Eles, então, utilizaram um dispositivo de amplificação isotérmica portátil – que pode ser usado para teste rápido – para identificar o RNA da Zika. Com evidencias mostrando que ambos os testes de ácido nucleico e anticorpos funcionam, os pesquisadores podem combiná-los no cartucho Rheonix CARD, um dispositivo totalmente integrado microfluídico, para processar os dois ensaios diagnósticos automaticamente e simultaneamente.

O teste é descrito em dois estudos, intitulados "Detecção de vírus Zika usando transcrição reversa LAMP juntamente com a análise de saliva em dot blot" e "Descoberta de Diagnóstico Específico Epítopo do Zika Virus", que foram publicados na revista PLOS ONE e no Journal of Visualized Experiments em 5 de fevereiro de 2018 e 12 de dezembro de 2017, respectivamente.

Marcadores:
To post a reply please login or register
advertisement
advertisement