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10 perguntas para Oswaldo Scopin

Scopin acredita que todos os dentistas devem desempenhar seu papel na sociedade de forma ética e sábia. (Imagem: W&H)

qua. 29 junho 2022

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O prof. Dr. Oswaldo Scopin é um reconhecido especialista brasileiro em Odontologia Estética, Reabilitação e Implantologia Oral.Possui doutorado em Prótese Dental e pós-graduado em Prótese Dentale Oclusão pela New York University, onde atuou comoTeaching Fellow (professor assistente clínico), e foi editor chefe do Journal of Clinical Dentistry and Research. Atualmente, além de palestrante internacional com cursos em mais de 25 países, é diretor dos programas de especialização em Odontologia Estética e Implantodontia do Centro Universitário SENAC em São Paulo.

Como a pandemia afetou a atuação no seu consultório e em nível pessoal?
Eu vivo em Piracicaba, no Estado de São Paulo, o mais rico Estado do Brasil. Tive que fechar o consultório por 30 dias, sem nenhum atendimento. Após esse período, voltamos com um protocolo restrito de atendimento, e continuamos assim. Somos 8 profissionais em minha clínica e tivemos que ajustar muitas coisas, pois os custos aumentaram e o fluxo de paciente diminui. Foi um período crítico e difícil, mas de muito aprendizado, tanto para minha equipe como minha família. Acredito que a sociedade vai superar esse período de maneira positiva. Tenho crença que nós, humanos, mesmo com tantas diferenças culturais e religiosas, temos em nosso DNA o cuidado com o próximo.

O especialista Oswaldo Scopin afirma que a principal lição da pandemia é que devemos cuidar uns dos outros e respeitar e proteger o planeta em que vivemos. (Imagem: W&H)

Qual é a situação atual pandemia em seu país?
Infelizmente, muitas vidas foram perdidas, e isso é uma dor muito grande para todos no Brasil. Mas, no momento, a vacinação está acelerada e o número de casos e mortes está caindo a cada dia. Estamos com muita esperança por dias cada vez melhores.

De que forma o controle de infecções mudou no Brasil e particularmente em seu consultório?
Em minha clínica sempre fomos muitos cuidadosos, mesmo antes da pandemia. Entretanto, como era uma doença desconhecida, no início foi um pouco mais difícil, até por um estresse emocional. Hoje ainda temos muitas dúvidas, e os cuidados continuam, como a redução do número de pessoas atendidas por dia e a utilização de protetor facial. Mas lidamos bem com essa situação. Nós, dentistas, sempre tivemos a cultura de cuidar muito bem dessa área de biossegurança, tanto com equipamentos, como em procedimentos.

Houve alteração nos regulamentos de controle de infecções pelas autoridades ou pelo governo?
Sim, mas para a área de Odontologia as regras já eram rígidas, e tivemos somente ajustes que vieram melhorar o conjunto de ações de biossegurança.

Você implementou cursos online. Qual é o status da formação contínua?
Realizei alguns cursos on-line, e durante a pandemia toda parte teórica foi via internet. Os congressos e grande eventos foram cancelados, e cursos com atendimento a pacientes ficaram restritos - muitos somente irão retornar em 2022. Foi um período muito difícil para a área de eventos e congressos. Eu voltei com meus cursos presenciais em meu centro de ensino em setembro de 2020, com 30% da capacidade, e somente no segundo semestre de 2021 foi autorizada a volta ao normal, ainda com uso de máscaras. Mas a educação presencial vai voltar com tudo. A Odontologia é prática clínica, e o ser humano necessita de contato para melhor aprendizado.

“Tenho crença que nós, humanos, temos em nosso DNA o cuidado com o próximo”
prof. Dr. Oswaldo Scopin

Qual é a situação das universidades e dos cursos de pós-graduação?
Muitas universidades ainda não voltaram. Há universidades públicas em São Paulo que somente retornarão o presencial em 2022. A maioria dos cursos teóricos estão ocorrendo on-line, e o presencial em algumas entidades privadas está voltando aos poucos. O ensino de Odontologia foi bem afetado na minha opinião, em todo o mundo. Entretanto, está sendo um desafio para os professores, que estão se adequando e se adaptando para o ensino on-line de maneira rápida, visto que é uma tendência os termos “modelos híbridos”, misto de presencial e on-line.

Qual o principal aprendizado após quase dois anos de pandemia?
Que precisamos cuidar uns dos outros, respeitar e proteger o planeta em que vivemos. Políticos não podem ser cientistas e cientistas não podem ser políticos ! Cada um tem que fazer seu papel na sociedade com ética e sabedoria. Na parte da educação percebemos que sempre será necessária a presença de bons professores e educadores, tanto no modo presencial, como à distância, via internet.

Como você prevê os próximos seis meses?
De crescimento. Acho que será um bom ano para o mundo. Tenho esperança e fé. Sim, há uma crise decorrente de tudo isso, mas vamos vencer, pois já houve tragédias maiores e a humanidade sempre se reinventou. Espero que, desta vez, para o bem-estar e a saúde de todos.

O que pessoalmente deseja para o futuro?
Que os benefícios da ciência em todos os níveis cheguem de maneira igualitária quando o assunto for a melhoria da saúde da população.

Nota editorial:

“Impressões da América Latina: Líderes de opinião respondem a 10 perguntas” é uma série periódica da Dental Tribune Latin America desenvolvida por Oliver Goetzendorff, Diretor para a América Latina da empresa W&H.

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