DOHA, Qatar: Uma pesquisa encomendada pelo World Innovation Summit for Health (WISH) descobriu que os sistemas de saúde nos países desenvolvidos e em desenvolvimento não estariam preparados para outra pandemia, caso surgisse nos próximos cinco anos. Além de relatar essa falta de preparação, os profissionais de saúde pesquisados citaram a falta de apoio financeiro e de pessoal qualificado como fatores que poderiam expor os sistemas de saúde ao perigo de colapso no caso de outra emergência de saúde global.
A pesquisa perguntou a profissionais de saúde no Brasil, Índia, Nigéria, Arábia Saudita, Reino Unido e EUA sobre seu local de trabalho e profissão e procurou obter uma visão do impacto que a pandemia de SARS-CoV-2 teve em suas vidas. Quase metade (49%) de todos os entrevistados disse que a falta de preparação é uma das maiores ameaças que enfrentam o sistema nacional de saúde. Quando os entrevistados foram questionados sobre os fatores que podem deixar os sistemas de saúde vulneráveis ao colapso em caso de uma nova pandemia, 60% identificaram falta de apoio financeiro e 55% apontaram falta de profissionais capacitados. A incapacidade de fornecer apoio suficiente aos pacientes foi identificada por 44% dos entrevistados como uma ameaça significativa aos sistemas nacionais de saúde.
Em um comunicado à imprensa, a CEO da WISH, Sultana Afdhal, comentou: “Nossas descobertas destacam alguns dos desafios críticos que a pandemia do COVID-19 nos impôs nos últimos dois anos e que aqueles que cuidam de nós ainda estão tentando mitigar hoje. Como defensores de um mundo mais saudável por meio da colaboração global, pedimos aos governos, líderes do setor e formuladores de políticas que aproveitem esses insights e trabalhem para construir sistemas de saúde de próxima geração que estejam mais bem equipados para enfrentar desafios semelhantes no futuro, a fim de melhorar o padrão de atendimento e, crucialmente, para aliviar a carga sentida por nossa força de trabalho de saúde”.
“Nossas descobertas destacam alguns dos desafios críticos que a pandemia do COVID-19 nos impôs nos últimos dois anos”
Afdhal continuou: “A atual pandemia sobrecarrega os sistemas de saúde para criar medidas de resposta urgentes, como aumentar a capacidade, aprimorar o controle de infecções, mudar para modelos remotos de atendimento e permitir a vacinação em massa, entre outras. É necessário fazer um balanço dos desafios e que os facilitadores respondam a nível nacional, bem como criar oportunidades para acelerar o compartilhamento de estratégias internacionalmente.”
Um relatório do WISHpublicado este ano procurou identificar as lacunas nos sistemas de saúde que foram expostas durante a pandemia de SARS-CoV-2 e propôs recomendações a governos e formuladores de políticas para fortalecer seus sistemas de saúde. De acordo com o relatório, as ações de curto prazo que os governos devem tomar incluem o desenvolvimento de planos multissetoriais de preparação com objetivos e responsabilidades principais. No médio prazo, os governos devem identificar as fragilidades que foram expostas durante a atual pandemia, adaptar os modelos de atenção, melhorar os sistemas de informação e fortalecer a força de trabalho. A longo prazo, mudanças estruturais e regulatórias devem ser feitas para melhorar a resiliência do sistema de saúde.
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