XI’AN, China: Até o momento, não houve consenso, diretrizes ou recomendações de especialistas sobre microcirurgia apical. Para abordar isso e padronizar a aplicação clínica da microcirurgia apical, a Associação Estomatológica Chinesa convocou um painel de especialistas em endodontia, periodontia e cirurgia oral para desenvolver um consenso de especialistas sobre o procedimento, padronizando suas indicações, contra indicações, protocolos cirúrgicos e critérios de avaliação. Suas diretrizes visam melhorar os resultados do tratamento e preservar os dentes naturais.
A microcirurgia apical ostenta uma taxa de sucesso superior a 90%. No entanto, os autores da diretriz explicam que a variabilidade na conscientização e técnica do clínico continua resultando em seleção inadequada de casos, protocolos cirúrgicos inconsistentes, complicações sérias e baixa eficácia. Ao fornecer essa estrutura, eles buscam melhorar a consistência na seleção de casos, execução de procedimentos e monitoramento de longo prazo.
O consenso de especialistas recém-estabelecido descreve indicações claras para o procedimento, como sintomas persistentes após terapia de canal radicular ou casos em que a terapia de canal radicular ou retratamento não é viável. Ele também explica as contraindicações, incluindo condições sistêmicas como hipertensão descontrolada e diabetes, bem como desafios anatômicos, como proximidade de estruturas vitais. Para avaliar o caso em relação às indicações e contra indicações, o consenso estabelece orientações sobre o exame pré-operatório, enfatizando imagens completas, incluindo CBCT, para avaliar o local cirúrgico e garantir a segurança do paciente.
Ele também enfatiza as melhores práticas para design de retalho, osteotomia, ressecção da extremidade da raiz, preparação da extremidade da raiz e retro-obturação biocerâmica. Orientações sobre posicionamento de microscópio e técnicas hemostáticas também são fornecidas.
O consenso enfatiza a importância do gerenciamento pós-operatório, com foco na prevenção de infecções, redução da dor e garantia de cura adequada por meio de acompanhamento de longo prazo, recomendando avaliações radiográficas e clínicas em três, seis, 12 e 24 meses de pós-operatório para avaliar a cura. Ele também define complicações potenciais — incluindo perfuração do seio maxilar, lesão nervosa e infecções do sítio cirúrgico — e seu gerenciamento.
O documento de consenso destaca a importância do treinamento estruturado para clínicos. Ele também pede mais pesquisas sobre tecnologias em evolução, incluindo cirurgia piezoelétrica, procedimentos guiados por realidade aumentada e robótica, que podem refinar ainda mais as técnicas microcirúrgicas.
Com este protocolo apoiado por especialistas, a microcirurgia apical está pronta para contribuir ainda mais com o tratamento endodôntico, oferecendo uma solução confiável e minimamente invasiva para pacientes que enfrentam condições periapicais complexas.
O estudo, intitulado “Expert consensus on apical microsurgery”,foi publicado on-line em 2 de janeiro de 2025 no International Journal of Oral Science.
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