A trajetória da Dra. Elizabeth Himel na odontologia é moldada pela herança e guiada por um forte senso de propósito. Desde assumir o consultório particular do pai até liderar com confiança uma Organização de Apoio Odontológico (OSD), ela desafiou as expectativas e adotou uma perspectiva moderna de crescimento profissional, pessoal e empresarial. Nesta entrevista, a Dra. Himel compartilha insights sobre atendimento ao paciente e autonomia clínica, e descreve sua abordagem de liderança e como ela pode gerar um impacto significativo dentro e fora do consultório odontológico.
Dr. Himel, o que o atraiu inicialmente para a Odontologia?
Inicialmente, a inspiração veio do profundo impacto que a educação teve na minha família. Ela foi a chave para abrir oportunidades, crescer e ter uma vida melhor. Minha origem é humilde — meu avô era mineiro de carvão e trabalhava duro para sustentar seus sete filhos. Três de seus filhos se tornaram médicos, um fato que diz muito sobre o poder da resiliência, do trabalho árduo e da educação.
Meus dois tios estudaram Medicina em Stanford, e meu pai se formou em Odontologia pela Universidade Rutgers. Desde muito jovem, eu admirava profundamente essa dedicação à saúde. Uma prima mais velha também se tornou médica, e me lembro de vê-la se formar e do momento em que seu pai colocou o capuz sobre seus ombros. Foi uma imagem poderosa que ficou comigo. Quando chegou a minha vez, na cerimônia de formatura, fui encapuzado pelo meu pai e pelo meu irmão mais velho, que é anestesista odontológico. Para mim, foi uma experiência completa e um lembrete de que a Odontologia é muito mais do que uma profissão. Faz parte de um legado construído com base na perseverança, na oportunidade e no desejo de servir ao próximo.
Como o seu caminho o levou a se tornar dono de um consultório?
Eu sempre planejei assumir o consultório particular do meu pai. O que inicialmente me atraiu foi o aspecto interpessoal. Crescendo em uma cidade pequena, testemunhei em primeira mão o charme e as conexões profundas que esse tipo de ambiente proporciona. Meu pai não era apenas dentista; ele era uma figura de confiança na comunidade. Seus pacientes o conheciam, e ele os conhecia, assim como suas famílias. Esse tipo de lealdade e confiança se constrói ao longo de anos de cuidado, compaixão e consistência.
Tirei um ano de folga antes da faculdade de Odontologia para me casar e trabalhar na clínica do meu pai. Aquele ano mudou tudo para mim. Pude conhecer o lado comercial da Odontologia — as coisas que não são necessariamente ensinadas na faculdade, mas que são cruciais para administrar um consultório. À medida que minha carreira progredia, meu caminho mudou, mas aquela experiência fundamental nunca me abandonou. Agora, mesmo em um ambiente de consultório maior, me esforço para trazer a mesma sensação de consultório particular para a clínica.
Como a mentoria e o aprendizado contínuo moldam seu estilo e abordagem de liderança?
Esses valores estão no cerne da minha abordagem; no entanto, em última análise, meu estilo de liderança se baseia na empatia, na autoconsciência e em uma profunda crença no potencial das pessoas. Acredito que a liderança começa com o trabalho de ser a melhor versão de si mesmo, todos os dias. Isso significa se manter em um alto padrão, mas também se mostrar compreensivo quando as coisas não saem como planejado. Todos nós temos dias difíceis. O segredo é acordar na manhã seguinte com uma mentalidade renovada e um compromisso renovado com o seu propósito.
Gerenciar uma clínica de sucesso exige mais do que habilidade clínica — é preciso inteligência emocional, resiliência e a capacidade de construir uma equipe que compartilhe seus valores. Ao fazer isso, busco honestidade, lealdade e uma forte ética de trabalho. Todo o resto pode ser ensinado ou treinado. Habilidades podem ser desenvolvidas — mas o caráter é fundamental. Também é importante que os membros da equipe tenham curiosidade e ambição para desenvolver suas habilidades e progredir em suas carreiras. A DSO à qual sou filiada oferece diversos cursos de treinamento e educação continuada, e incentivo minha equipe a aproveitar essas oportunidades para construir uma carreira com base em seus pontos fortes.
Ao gerenciar pessoas, dedico um tempo para analisar todas as perspectivas antes de abordar um problema. Tento encontrar as pessoas onde elas estão, realmente vê-las e aceitá-las como são, mas também as desafio a crescer. Esse equilíbrio entre aceitação e responsabilidade nem sempre é fácil, mas é necessário para o crescimento pessoal e profissional. Liderança também é saber quando se afastar de situações ou pessoas que não estão servindo à equipe ou ao negócio. Isso nem sempre é fácil, mas proteger a cultura e a visão geral às vezes exige decisões difíceis.
Quais você diria que são os principais benefícios e desafios de ser afiliado a uma OSD?
Cresci vendo meu pai praticar Odontologia e, embora admirasse profundamente seu trabalho e dedicação, também vi em primeira mão o preço que a gestão tradicional de um consultório individual pode cobrar. Uma coisa que eu sabia desde cedo era que não queria me sentir preso a um consultório e constantemente preocupado com questões como folha de pagamento e impostos. Eu não queria sentir que não poderia tirar um dia de folga sem que tudo desmoronasse.
“Tenho total autonomia clínica no meu consultório e, mais importante ainda, tenho autonomia na minha vida.”
O modelo DSO me permitiu focar no que amo: atendimento ao paciente e excelência clínica. Também aumentou meu acesso às mais recentes tecnologias odontológicas, o que ajudou a garantir que nossos pacientes recebam o melhor tratamento possível.
Um dos maiores equívocos é achar que fazer parte de uma OSD significa sacrificar a autonomia. Na minha experiência, o oposto é verdadeiro. Tenho total autonomia clínica no meu consultório e, mais importante, tenho autonomia na minha vida. Posso tirar folga quando preciso e sair do consultório às 17h. Ter esse tipo de equilíbrio entre vida pessoal e profissional me ajuda a prosperar tanto profissionalmente quanto pessoalmente. É claro que há momentos em que alinhar os objetivos de uma organização maior com a sua visão pessoal exige comunicação e clareza. Em última análise, o modelo OSD me deu a liberdade de exercer a Odontologia da maneira que eu quiser.
Sua paixão por equilíbrio de estilo de vida e engajamento comunitário também são evidentes em seus feeds de mídia social. Como seus interesses pessoais e presença nas mídias sociais influenciam seu papel como profissional da Odontologia?
As mídias sociais sempre foram uma parte natural da minha vida. Crescendo como um millennial, parecia que ter seus melhores amigos no seu Top 8 no Myspace era uma exigência social; no entanto, com o tempo, usar as mídias sociais se tornou muito mais significativo. Tendo usado originalmente para manter contato com a família, gradualmente comecei a compartilhar mais, inclusive com colegas. Foi quando percebi o quanto a autenticidade pode impactar. O que eu publico não é curado ou encenado — representa minha vida real, dentro e fora do consultório. Minhas postagens repercutem nas pessoas porque sou identificável, honesto e vulnerável.
Isso teve uma influência direta no meu papel como profissional da Odontologia. Minha presença nas redes sociais me permite construir confiança além das paredes do consultório. Os pacientes muitas vezes chegam já sentindo uma espécie de conexão entre nós. Isso porque eles me conhecem como uma pessoa apaixonada por Odontologia, mas que também valoriza a família, o equilíbrio e a autenticidade. Isso ajuda a quebrar barreiras, a promover relacionamentos mais fortes e, em última análise, aprimora a experiência do paciente. As redes sociais não são apenas um hobby; elas se tornaram uma extensão significativa de como me comunico, me conecto e presto atendimento. Só não me peçam para dançar no TikTok!
Por fim, quais são alguns dos componentes mais críticos da gestão eficaz de consultórios hoje em dia, especialmente quando se trata de dinâmica de equipe, atendimento ao paciente e crescimento do negócio?
Hoje em dia, a gestão eficaz de consultórios exige um equilíbrio entre liderança, excelência clínica e visão estratégica. Para mim, isso significa focar em três áreas principais: dinâmica de equipe, atendimento ao paciente e crescimento do negócio.
Quando se trata de dinâmica de equipe, respeito mútuo e limites são essenciais para alcançar responsabilidade e clareza. Isso não significa que não possamos rir juntos ou que eu não me importe com eles como pessoas — eu me importo, com certeza. Limites permitem que a equipe funcione como uma unidade de alto desempenho, evitando confusão, frustração e inconsistência. Estrutura e respeito constroem confiança, e confiança constrói uma equipe forte.
Em termos de atendimento ao paciente, minha abordagem se concentra na honestidade. Os pacientes merecem transparência sobre todos os aspectos do tratamento. Além disso, acredito em me esforçar para crescer continuamente como clínico. A Odontologia está em constante evolução, e manter o compromisso com a aprendizagem ao longo da vida garante que eu possa oferecer aos meus pacientes o mais alto padrão de atendimento.
Naturalmente, o crescimento empresarial também é um aspecto fundamental da gestão da clínica, e é aqui que realmente me apoio nos sistemas de suporte fornecidos pelo meu DSO. A organização me dá acesso a fatos, comparações anuais e indicadores-chave de desempenho que ajudam a orientar a tomada de decisões eficazes. Utilizo essas métricas para identificar oportunidades e refinar processos. Também acompanho os eventos atuais e as tendências econômicas, cuja maior conscientização me ajudou a antecipar mudanças na economia e a planejar proativamente tanto para os meses de alta quanto de baixa produção. Crescimento não é questão de adivinhação; é questão de se manter informado, flexível e executar com intenção.
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