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Entrevista: “Uma abordagem preventiva”

Dra. Lisa Heitz-Mayfield apresentando em outubro no 26º Encontro Científico Anual da Associação Europeia de Integração Óssea. (Fotografia: DTI)
Brendan Dia (DTI)

Brendan Dia (DTI)

seg. 18 dezembro 2017

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Periodontista e especialista em implante, a Dra. Lisa Heitz-Mayfield está muito ocupada. Além de manter um consultório especializado em periodontia em Perth na Austrália e servindo como o Editora Chefe da Clinical Oral Implants Research Journal, Heitz-Mayfield tem várias posições acadêmicas, incluindo a de professora adjunta da Universidade de Western Australia. O Dental Tribune Online teve a oportunidade de falar com ela sobre a importância de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce da doença peri-implante – um tópico que ela recentemente abordou no 26º Encontro Científico Anual da Associação Europeia de Integração Óssea (EAO-sigla em inglês), realizada em outubro, em Madri, Espanha.

Quais foram algumas das mensagens-chave da sua apresentação durante o encontro da EAO reunião?
Resumidamente, a minha apresentação focada no diagnóstico e planejamento de tratamento para procedimentos de implante em relação à alta prevalência de peri-implantite. Salientei  a importância de conseguir o controle de infecção antes da colocação do implante – este  envolve a realização de um exame completo do paciente para determinar se existem quaisquer problemas, tais como doença periodontal ou quaisquer outras infecções intraorais.

Eu destaquei como, especialmente para um paciente periodontal, o paciente precisa ter sido inteiramente tratado de antemão de modo que ele ou ela não tenha doença periodontal ativa quando os implantes são colocados. O paciente já deve ter passado por todo o processo de controle de infecção e deve ser idealmente em um programa de terapia periodontal com boa adesão e manutenção antes dele ou dela recebem um implante.

Mas o que está envolvido no controle desta infecção?
Em primeiro lugar, deve-se eliminar qualquer bolsa periodontal profunda. Temos uma boa prova hoje que apoia a ideia de que a presença de doença periodontal residual é um fator de risco para o paciente desenvolver peri-implantite em uma data posterior. O controle de infecção também significa que os pacientes devem ter boa higiene oral. Eles devem ter baixos escores de placa da boca completa, que novamente é fortemente apoiado por evidência que sugere que pacientes com mau controle de placa estão em maior risco de desenvolver peri-implantite.

Naturalmente, uma vez que alcançaram um bom controle da infecção, então precisam  assegurar-se de que serão um bom acesso para limpeza do local, uma vez que o implante de prótese tenha sido colocado. Isto irá permitir que o paciente continue as práticas de minimização de infecção em casa. Se se desenha uma prótese que é inacessível através dos hábitos de limpeza praticados pelo paciente, é mais provável que ele ou ela contraiam uma infecção mais tarde.

Como uma periodontista atuante, como a senhora implementou uma abordagem preventiva para o controle de infecção? 
Ter bom controle da infecção antes da colocação dos implantes é crucial, pois é a melhor maneira de prevenir que essas infecções ocorram mais tarde. Quando eu estou planejando um procedimento de implante, me certifico de que eu comece com uma boa base, onde qualquer infecção tenha sido tratada e que o paciente tenha apresentado boa adesão e se comprometa em continuar a fazê-lo. Essa é a chave para a prevenção: para certificar-se de que o paciente tem uma cavidade oral saudável com pouca placa e sem doença periodontal antes de se começar.

Uma abordagem preventiva requer vários elementos que funcionem de forma eficaz: monitorização regular e terapia de apoio periodontal com controle profissional de biofilme, uma saudável e regular rotina doméstica de higiene bucal e controle para outros fatores de risco, como tabagismo e diabetes não controlada. Gerenciando estes problemas potenciais, dentistas e pacientes podem trabalhar juntos para ajudar a evitar a recorrência da doença periodontal e a ocorrência de peri-implantite.

Qual o papel da profilaxia professional na prevenção da peri-implantite? 
Volta-se para as responsabilidades dos profissionais de odontologia: eles precisam identificar os primeiros sinais de inflamação, tais como mucosite peri-implante, que é uma inflamação do tecido mole, e tratar antes que se desenvolva em peri-implantite e inicie a perda óssea. A evidência mostra que a gestão da mucosite peri-implante é um pré-requisito para a prevenção primária da peri-implantite.

Remoção do biofilme prejudicial da superfície exposta de um implante com peri-implantite, porém, pode ser muito desafiador. Há uma morfologia diferente para ele, juntamente com uma superfície modificada, que é muitas vezes áspera e tende a abrigar o biofilme de uma maneira que é muito difícil de remover.

No entanto, tal como com a doença periodontal, é muito mais fácil de gerir e tratar a doença peri-implante antes que ela se torne muito grave. A melhor forma de prevenção é através da detecção precoce dos sinais de inflamação, de modo que o tratamento que inverte este processo possa ter sucesso.

Nota Editorial: Esta é uma versão resumida de uma entrevista publicada na Edição Dental Tribune Asia Pacific, Vol. 15, n° 11. Os leitores podem acessar o caso completo gratuitamente no Dental Tribune International online print archive.

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