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Encontro de Coordenadores de Saúde Bucal do Estado de São Paulo

Maria Fernanda de Montezuma Tricoli e Fernanda Campos de Almeida Carrer. (Fotos: Márcia Costa)

sáb. 1 fevereiro 2020

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SÃO PAULO/SP: O CIOSP abriga um amplo debate sobre a saúde bucal pública em nível regional e internacional. Esse diálogo é possível por conta de dois eventos que ocorrem anualmente no congresso: o Encontro de Coordenadores de Saúde Bucal do Estado de São Paulo e o Observatório Ibero Americano de Políticas em Saúde Bucal, ambos empenhados na melhoria da saúde pública.

Como enfrentar problemas de saúde bucal com um financiamento público limitado? Este foi um dos debates realizados pelo Encontro de Coordenadores de Saúde Bucal, na quarta-feira (29). Discutir a saúde pública no Estado de São Paulo para ampliar e garantir assistência odontológica à população é a proposta desse evento, que reúne anualmente representantes dos municípios e do Estado.

A primeira mesa de debate discutiu o tema “Algumas ferramentas para trilhas da saúde bucal frente às políticas atuais de saúde no SUS”, coordenada pela representante da Coordenação de Saúde Bucal do Estado de São Paulo, Maria Fernanda de Montezuma Tricoli.

Segundo Maria Fernanda de Montezuma, o encontro é de grande importância para articular o debate entre o governo do Estado e o município a respeito das ações de saúde bucal públicas. “Esse é o primeiro ano de execução do Plano Estadual de Saúde elaborado ano passado, um ano importante pra atingir todas as metas e programas planejados”.

Por se tratar também de um ano eleitoral, é importante que os municípios defendam as melhores políticas no âmbito da saúde bucal, salienta. “A área da saúde bucal precisa estar unida para exigir dos candidatos uma postura frente à saúde bucal, valorizá-la como direito humano, como saúde pública”.

A Secretaria de Estado busca aplicar em 2020 a resolução das diretrizes estaduais de saúde bucal que orientam as ações dos municípios no âmbito da prevenção e promoção da saúde. Foi lançado um aplicativo que tem como objetivo monitorar o atendimento na rede pública de saúde, ressalta. “A proposta é facilitar essas ações no município para melhorar os encaminhamentos da população atendida, acompanhar para verificar se as pessoas tiveram acesso ao atendimento, se melhorou o risco delas, se tiveram encaminhamentos melhores, enfim, acompanhar o atendimento da população e fazer busca ativa, ir aos lugares de risco e fazer avaliação de pessoas com maiores riscos”.

A proposta da Secretaria de Estado é focar não somente no atendimento da demanda espontânea nas unidades de saúde, mas também organizar a saúde de atenção básica nos municípios. “Que os candidatos `as eleições deste ano abracem as causas, pois isso vai permitir melhoria no atendimento e melhores soluções”.

A segunda mesa de debate abordou o tema “Relação ensino-serviço: resultados da cooperação entre a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e o Núcleo de Evidência em Saúde Bucal da FOUSP”. Fernanda Campos de Almeida Carrer, coordenadora do Núcleo de Evidência em Saúde Bucal MS/OPAS/Fousp, falou sobre o trabalho realizado pela USP em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde.

O Núcleo de Evidências de Saúde Bucal busca trabalhar em parceria com a secretaria, aproximando a universidade dos serviços públicos. “São muitos os problemas. A Secretaria de Saúde mostrou alguns, como filas de ortodontia, manejo da cárie. É preciso realizar levantamento epidemiológico e ter dados para que o município passa tomar melhores ações. Viemos aqui apresentar essas soluções para que, a partir das melhores evidências científicas, melhores técnicas, os gestores optem por uma melhor tomada de decisão”.

A proposta é que os municípios tomem decisões, como compra de materiais, informados por evidências técnicas. “Aqui apresentamos as melhores experiências, ações que o mundo colocou em prática e que sabemos que funciona. Das ideias apresentadas, verificaremos quais os municípios querem implantar para então implantar políticas públicas”.

O grande desafio no Estado de São Paulo é em relação à verba disponível para financiamento da saúde pública. “Esta será a grande dificuldade para implantação de qualquer política”. Hoje o maior problema de saúde bucal na rede pública é a carie, e soluções vêm sendo buscadas para minimizar a doença. “A solução é incorporar um tipo de restauração traumática. É um processo revolucionário, uma metodologia usada no mundo todo desde 2004 e propomos a aplicação dela em âmbito estadual”. A partir daí, a proposta é trabalhar outras questões graves, como problemas nas gengivas, oclusão.

“O gestor sempre tem que tomar decisão, ele sempre tem menos dinheiro do que problema pra enfrentar, e a evidência ajudar a tomar decisão”, avalia Fernanda Campos. Dispor de orçamento e realizar um diagnóstico sobre o problema é o melhor caminho para se ter a melhor solução para os problemas de saúde bucal, explica. “Temos consciência de que estamos fazendo muito pouco. As pessoas continuam doentes, sofrendo, tendo dor de dente. Se não mudar o jeito de trabalhar, não mudaremos realidade”.

O encontro tem, portanto, o importante papel de reunir Estado e municípios para o debate em torno da saúde bucal. “Os municípios pequenos, principalmente, ficam muito isolados. Os maiores vão até a Unicamp, à USP. A gente se aproximar deles é muito importante”.

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