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Cuidados bucais podem reduzir o risco de infecção respiratória em pacientes da UTI

A saúde bucal é geralmente negligenciada em instalações hospitalares. (Foto: sfam_photo/Shutterstock)

qui. 30 outubro 2014

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SÃO PAULO/SP: A bactéria que causa infecções relacionadas à saúde geralmente é oriunda da cavidade bucal e pode migrar para os pulmões causando sérias infecções respiratórias. Atualmente, pesquisadores descobriram que cuidados bucais realizados por um dentista podem diminuir significativamente o risco de infecções do trato respiratório, principalmente em pacientes das unidades de tratamento intensivo (UTI).

Com o objetivo de avaliar se o tratamento odontológico pode melhorar a antissepsia bucal e deste modo prevenir efetivamente infecções do trato respiratório em pacientes seriamente doentes, os pesquisadores da Universidade de São Paulo analisaram dados de 294 pacientes que ficaram no mínimo 48 horas na UTI.

Em adição aos cuidados rotineiros de higiene bucal, metade dos pacientes do estudo receberam cuidados bucais de quatro a cinco vezes por semana executados por um cirurgião-dentista e o grupo de controle recebeu apenas os cuidados normais rotineiros que incluiu o uso de clorexidina como enxaguante bucal três vezes por semana, executados por um enfermeiro da UTI. O aumento ao cuidado bucal incluiu a escovação dos dentes, raspagem da superfície da língua, remoção de tártaro, um tratamento de cárie e extração de dente.

No geral, o tratamento dentário foi considerado seguro e efetivo na prevenção e diminuição de infecções do trato respiratório. Os pesquisadores sugeriram que o tratamento fornecido pelo cirurgião-dentista ajudou a prevenir 56% dos episódios de infecção no grupo experimental. Em adição, o advento de mortes relacionadas a tais infecções foi 38,1% menor no grupo experimental do que no de controle (3,9% comparado com 6,3%).

Geralmente, os cuidados de saúde bucal nas UTIs são executados por enfermeiros. Entretanto, eles não possuem treinamento suficiente ou autoridade legal para tratar cáries, remover tártaro, drenar abcesso intraoral ou extrair dente, disseram os pesquisadores.

“Este estudo sugere que obter cuidado bucal semanalmente executado por um dentista como parte da equipe da UTI pode melhorar os resultados de vulnerabilidade dos pacientes nessas instalações”, concluiu o autor líder Dr. Fernando Bellissimo-Rodrigues.

O estudo, intitulado “Effectiveness of a Dental Care Intervention in the Prevention of Lower Respiratory Tract Nosocomial Infections among Intensive Care Patients: A Randomized Clinical Trial”, foi conduzido de janeiro de 2011 a agosto de 2013, e publicado na edição da revista Infection Control and Hospital Epidemiology em novembro do ano passado.

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