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Antidepressivos reduzem o risco de depressão pela metade em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Um novo estudo sugeriu que tomar antidepressivo pode prevenir depressão em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, e melhorar o resultado do tratamento. (Foto: MaraZe/Shutterstock)

dom. 4 agosto 2013

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OMAHA, Neb., EUA: Cientistas do Centro Médico da Universidade de Nebraska descobriram que ao dar antidepressivo a pacientes com câncer de cabeça e pescoço, antes do início do tratamento, pode reduzir a incidência de depressão em mais de 50% e melhorar a qualidade de vida dos doentes. As descobertas do estudo podem mudar as diretrizes para o tratamento desses pacientes com câncer, eles acreditam.

Como até metade dos pacientes que passam pelo tratamento de câncer de cabeça e pescoço desenvolve transtornos depressivos, os pesquisadores conduziram um estudo com 148 pacientes não depressivos com idade igual e superior a 19 anos que estavam prestes a iniciar o tratamento de câncer, para determinarem se o uso profilático do antidepressivo oxalato de escitalopram poderia diminuir a incidência de depressão.

Metade dos participantes do estudo recebeu um comprimido (10 mg) diariamente na primeira semana e dois comprimidos diariamente até a décima sexta semana, seguida de uma semana adicional com um comprimido diário. A outra metade recebeu comprimidos de placebo.

Os pesquisadores descobriram de modo significativo que poucos pacientes do grupo do antidepressivo desenvolveram depressão (10%) comparados com os pacientes do grupo de controle (25%). Em adição, aqueles que não desenvolveram depressão relataram por três meses consecutivos, após a cessação do uso do medicamento, que em geral a qualidade de vida estava melhor, comparado ao grupo de controle.

De acordo com os pesquisadores, a prevenção da depressão durante o câncer pode ser um grande benefício. “Nós achamos que o medicamento antidepressivo está ajudando a melhorar a resiliência daqueles pacientes que estão numa situação de estresse e desafio. No geral, a melhora da resiliência pode ajudá-los a lidar melhor com a situação do câncer deles”, disse o Dr. William Burke, investigador coprincipal e professor de psiquiatria da universidade.

Todos os anos, apenas nos EUA, mais de 40.000 adultos são diagnosticados com câncer de cabeça e pescoço. O uso do tabaco mantém-se a causa líder desse tipo de câncer. Entretanto, 30% de câncer de orofaringe no mundo pensa-se, atualmente, estar relacionado à infecção por HPV. O atraso do tratamento devido à depressão após o diagnóstico pode prejudicar a qualidade de vida e diminuir significativamente a sobrevivência a longo prazo. O Dr. William M. Lydiatt, investigador coprincipal e professor do Departamento de Otorrinolaringologia da universidade, disse que pacientes com câncer de cabeça e pescoço possuem três vezes mais a chance de cometer suicídio do que o público em geral.

O estudo, intitulado “Prevenção da Depressão com Escitalopram nos Pacientes em Tratamento para Câncer de Cabeça e Pescoço” (Prevention of Depression With Escitalopram in Patients Undergoing Treatment for Head and Neck Cancer), foi publicado na edição de julho da JAMA Otolaryngology — Head and Neck Surgery.

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