SÃO PAULO/SP: Promover uma integração da prática odontológica entre os países latino-americanos é a proposta do Observatório Ibero Americano de Políticas em Saúde Bucal, que ocorre durante o CIOSP, do dia 31 ao dia 1 de fevereiro. Gilberto Pucca, coordenador do Observatório e professor da Universidade de Brasília, falou sobre a importante troca entre os países.
O Observatório foi fundado em 2015 na Cidade do México e hoje conta com 16 países. O encontro no CIOSP promove troca de experiências para expansão das políticas de saúde bucal no Brasil e na América Latina, Portugal e Espanha, explica o coordenador do evento. “Temos levado a experiência do Brasil Sorridente e aprendido com as experiências latinas. Até então, a gente dialogava pouco com eles. O objetivo é expandir e qualificar a saúde bucal”.
É a terceira vez que o Observatório se reúne no CIOSP. Sua ação já resultou no lançamento de livros que relatam as experiências no campo da saúde bucal. Uma grande preocupação dos integrantes é a discussão sobre a equidade. “Queremos saber como a saúde pública tem chegado a populações de maior vulnerabilidade, como a saúde pode chegar a eles de forma mais organizada”.
Este ano o Observatório apresentou, em livros publicados, experiências práticas exitosas de municípios que têm buscado enfrentar a ausência de equidade na saúde. Duas discussões importantes foram realizadas no CIOSP: a inclusão da população negra nas políticas públicas e o câncer oral. “A proposta é que o conhecimento acadêmico científico se traduza em prática”.
Outro debate importante no evento envolveu uma questão ampla e estrutural da política bucal pública, explicou Pucca. “Discutimos a situação de esvaziamento do Brasil Sorridente, os avanços obtidos e a fase difícil que ele vem vivendo. Contamos com a presença do ex-ministro de Saúde, Alexandre Padilha, e da representante do Conselho Municipal de Saúde de SP, Aparecida Pimenta. O Consema reúne gestores do Estado pra gente debater saídas para que retome protagonismo da saúde brasileiras”.
No plano prático, o Observatório tem realizado ações de relevância nos países. Um deles é um levantamento epidemiológico de saúde bucal na Guatemala. “Alguns países são muitos frágeis no campo da saúde pública. Estamos levando tecnologia até eles para fazerem o planejamento da política pública. Antes disso, precisamos saber o que o país precisa”, explica. “Fazemos o levantamento e ministramos aula prática, cursos. Na própria aula prática realizamos o levantamento epidemiológico, para então o país fazer planejamento de política pública”. A mesma experiência realizada na Guatemala será executa em 16 países.