MADRI, Espanha: Uma equipe de pesquisadores do departamento de endodontia na Universidad Rey Juan Carlos de Madrid, realizou um estudo para determinar se há diferenças nos protocolos de desinfecção de endodontistas e dentistas clínicos gerais. Os cientistas descobriram que endodontistas mais provavelmente se mantêm atualizados de acordo com os protocolos publicados na literatura, enquanto os dentistas clínicos gerais contam com protocolos que aprenderam durante a sua formação odontológica.
Os autores do estudo enviaram um convite para 950 dentistas filiados ao Conselho Espanhol de Odontologia participarem de uma pesquisa online. A pesquisa consistiu em nove perguntas sobre protocolos de irrigação e outros fatores relacionados a desinfecção durante o tratamento do canal radicular. Ele foi concluído e apresentado pelos 238 (25,05 por cento) dos convidados, divididos em partes iguais entre dentistas clínicos gerais e dentistas endodontistas.
Os pesquisadores não encontraram diferenças estatisticamente significativas na primeira escolha do inquiridos de uma solução irrigante: hipoclorito de sódio. No entanto, observaram diferenças estatisticamente significativas nos protocolos utilizados pelos dentistas clínicos gerais e por endodontistas em relação a diversos fatores. Esses fatores incluem a concentração do hipoclorito de sódio, a utilização e o tipo do irrigante aplicado para remover a camada residual, o uso de adjuntos para a irrigação, o alargamento do preparo apical quando modelando um dente necrosado, e ainda a manutenção da patência apical durante o desbridamento e modelagem.
Os resultados do estudo mostraram que os dentistas clínicos gerais e endodontistas seguem diferentes e por vezes inadequados protocolos de desinfecção. "Os resultados da pesquisa demonstram que endodontistas se mantêm atualizados com os protocolos publicados na literatura, enquanto que os dentistas clínicos gerais usam protocolos que aprenderam durante a sua formação odontológica. Ambos os grupos de dentistas deveriam estar cientes da importância das técnicas de desinfecção e sua relação com o resultado do tratamento," afirmaram os pesquisadores.
Eles apontaram que o controle de micro-organismos durante tratamento dos canais radiculares, principalmente nos casos com necrose pulpar é essencial para melhorar os resultados do tratamento. "Os dentistas devem atualizar seus protocolos e também referendar seus pacientes para um especialista quando seus protocolos são baseados em técnicas tradicionais, especialmente em casos com necrose pulpar," concluíram.
O estudo, intitulado "Diferenças nos protocolos de desinfecção em tratamentos de canais radiculares entre dentistas clínicos gerais e endodontistas", foi publicado na edição de julho do Journal of the American Dental Association.
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