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Dentista que matou leão fecha consultório e desaparece após protestos monumentais

Pessoas de todo o mundo estão em luto para o leão Cecil (imagem de 2012), que foi baleado pelo dentista americano Dr. Walter James Palmer com a besta. As autoridades começaram investigando o caso. (Foto: Paula French/Shutterstock)

ter. 4 agosto 2015

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BLOOMINGTON, Minnesota, EUA/DETE, Zimbábue: Em tempo recorde, o Dr. Walter James Palmer tornou-se infame em todo o mundo. O dentista de Minnesota, que está dominando as notícias, fez dele mesmo um nome com a sua questionável paixão por caçar animais silvestres. Após o caçador de troféus matar Cecil, um bem-amado leão no Zimbábue, África, Palmer foi incapaz de continuar a trabalhar; pois manifestantes estão protestando em frente ao seu consultório, fazendo com que o impopular dentista feche o seu negócio e procure justificar suas ações presumivelmente ilegais para seus pacientes.

Em um depoimento em vídeo, um operador do safari do Zimbábue confirmou que Palmer tinha assassinado o leão de 13 anos de idade, que fazia parte de um constante estudo de conservação da Universidade de Oxford e a atração favorita do Parque Nacional de Hwange, bem conhecido em outras partes do mundo. Segundo o operador, Palmer pagou aproximadamente US$55.000 para atirar no animal. Como declarado por um especialista da universidade Wildlife Conservation Research Unit que tinha rastreado Cecil pelo GPS por muitos anos, a morte do leão provavelmente levará à morte de até dez filhotes do grupo de leões de Cecil por leões rivais devido à complexa estrutura social dos leões. 

O famoso leão foi baleado no dia 1 de julho; no entanto, a identidade do assassino de Cecil e uma fotografia mostrando um orgulhoso e sorridente Palmer com o animal morto apenas foi difundida amplamente esta semana, resultando em um grande tumulto público. Os manifestantes ligaram para o consultório de Palmer e deixaram comentários no seu site. A população revoltada e reunida ostentando cartazes na frente da River Bluff Dental Practice em Bloomington e do lado de fora da residência de Palmer, como forma de protesto. Canais de mídia social estão cheios de palavras de repúdio e petições foram lançadas em várias línguas, incluindo a petição "Exigir justiça para o leão Cecil no Zimbábue", que já arrecadou cerca de um milhão de assinaturas, exigindo a extradição de Palmer do Zimbábue para enfrentar a justiça. Em resposta a essas reações negativas no mundo, Palmer decidiu fechar seu consultório.

Em uma carta que o dentista de 55 anos de idade emitiu para a seus "valiosos pacientes" na terça-feira, ele procurou defender o assassinato: "Além de passar tempo com a minha família, uma das minhas paixões fora a odontologia é a caça. Tenho sido um caçador ao longo de toda a vida desde que eu era uma criança crescendo em Dakota do Norte. Muitas vezes eu não falo sobre caça com os meus pacientes, pois esse assunto pode acarretar num tópico de divisão e emocionalmente carregado. [ …] eu lamento profundamente que o meu exercício de uma atividade que eu adoro e pratico com responsabilidade e legalmente resultou na morte desse leão." Palmer também informou aos pacientes que ele atualmente não pode trabalhar: "O interesse da mídia em relação a este assunto, - juntamente com um grande número de observações e ligações de pessoas que estão indignados com esta situação e com a prática da caça em geral - têm perturbado os nossos negócios e nossa capacidade de tratar nossos pacientes."

Palmer tem uma longa história de caça de animais. Um album Flickr sob o nome de Walt Palmer mostra uma série de fotografias do dentista posando com os animais mortos, incluindo vários bisões, uma ovelha California Desert Bighorn, um veado, um rinoceronte branco (uma espécie de quase ameaçado estado de conservação), um alce e um urso marrom. Em adição à reação pública, Palmer pode em breve ter problemas legais sobre o assassinato de Cecil porque – ao contrário da sua afirmação de que a caça era legal - parece que segundo uma declaração do Zimbábue Conservation Task Force que ele atraíu o leão para fora do parque nacional que era a sua casa e onde ele estava seguro uma vez que caça com arco e flecha não é permitida nos parques nacionais do Zimbábue, de acordo com o Zimbábue Professional Hunters and Guides Association. Uma vez fora do parque, Cecil foi atingido por Palmer com uma besta. Segundo os relatórios, o leão ferido morreu 40 horas mais tarde, quando ele foi rastreado e abatido com um tiro de espingarda. Após a sua morte, o animal foi colocado para tirar uma fotografia com Palmer e um de seus guias, e, em seguida, foi decapitado e tirada sua pele. O cadáver abandonado de Cecil foi descoberto por funcionários, bem como foi o seu colar de rastreamento. Não seria a primeira vez que Palmer quebrou a lei para matar um animal. Segundo um artigo do New York Times de 2009, "registros do tribunal mostram que ele se declarou culpado em fazer uma declaração falsa para os oficiais federais da vida selvagem sobre a localização exata da chacina de um urso negro durante uma caça guiada em Wisconsin."

A morte de Cecil chama a atenção para o problema de troféus de caça. Turistas de todo o mundo viajam para a África e pagam enormes somas de dinheiro para obter a permissão para matar animais selvagens e muitas vezes animais protegidos. De acordo com as estatísticas publicadas pelo The Telegraph, sobre 18.500 turistas - incluindo figuras públicas como o Rei Carlos de Espanha – vão caçar por troféus na África a cada ano, matando aproximadamente 105.000 animais, incluindo leões, rinocerontes, elefantes e leopardos. Vários países africanos permitem safari de caça. 

Para Palmer, o caçador se tornou a caça. Os protestos em curso na frente de sua clínica e residência resultaram ao dentista o fechamento de sua clínica, do seu site e página no Facebook, e passar à clandestinidade do público. O U. S. Fish e Wildlife Service, que lançou uma investigação sobre as circunstâncias que rodearam a morte do leão, não tem sido capaz de encontrar Palmer.

Na sexta-feira, o ministro do meio ambiente do Zimbábue Oppah Chamu Muchinguri declarou que a caça era ilegal e declarou que Palmer seria extraditado.

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