BOSTON, EUA: Estudos anteriores mostraram que crianças adquirem bactérias cariogênicas, como Streptococcus mutans, principalmente de suas mães através de contatos interpessoais como a partilha de talheres ou beijos. Entretanto, atualmente uma nova pesquisa sugere fontes intra e extra familiar, além da materna, também atua na transmissão do S. mutan, a bactéria primária associada à cárie dental.
A S. mutans é transferível entre humanos. As crianças normalmente possuem mais de uma estirpe patogênica e partilha no mínimo uma com sua mãe ou familiares. Entretanto, 72 por cento das crianças no atual estudo tinha uma ou mais S. muten estirpes que não foram encontradas nos parentes. Por isso, os pesquisadores sugeriram que essas estirpes são oriundas for a do ambiente familiar, possivelmente de outra criança na população.
“Enquanto a teoria prevalente sobre a transmissão da S. mutans sugere que a rota primária de transmissão infecciosa dá-se de mãe para filho, nesta pesquisa 40 por cento das crianças não partilhava nenhuma estirpe com a mãe”, disse a autora Stephanie Momeni, uma candidate doutorada no Departamento de Biologia na Universidade do Alabama em Birmingham nos EUA. Interessantemente, 22.8 por cento das crianças partilhavam 37 estirpes somente com outra criança do ambiente familiar (irmãos ou primos), demonstrando outra dimensão da transmissão interfamiliar.
No total, os pesquisadores avaliaram 13.145 S. mutans isoladas de 119 crianças afro-americanas e de no mínimo um familiar vivendo na mesma residência, pois nem todos os familiares aceitaram participar no estudo de cada caso. Mais de um familiar foi avaliado em 76 por cento das crianças, com uma média de 3.24 familiares por criança, incluindo parentesco de diferentes graus. Em paralelo aos familiares, o estudo avaliou a S. mutans isolada da interação das crianças.
“Enquanto os dados dão suporte ao fato de que a S. mutans é frequentemente adquirida através das interações mãe-filho, o atual estudo ilumina a importância da aquisição estirpes de S. mutans entre crianças, ou seja, de criança pra criança, e a necessidade de considerar essas rotas de transmissão na avaliações de risco de cárie dental, prevenção e estratégias de tratamento”, declarou Momeni.
De acordo com os pesquisadores, mais análise com um tipo variado de bactéria é necessária para confirmar essas descobertas. Os resultados do estudo, intitulado “Evidence for horizontal transmission of streptococcus mutans among children and their family members by Rep-Pcr”, foram apresentados pelos pesquisadores no encontro da American Society for Microbiology Microbe em 17 de junho na cidade de Boston.
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