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O primeiro kit de emergências médicas com oxigênio no Brasil

Antônio Inácio Ribeiro*

Antônio Inácio Ribeiro*

qui. 11 agosto 2011

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Dr. Aloisio de Oliveira Castro, criador do Kit Help, considerado equipamento essencial nos consultórios, é nosso inventor da coluna 13, as "100 Melhores Ideias da Odontologia.

Cirurgião Dentista formado em 1980 na Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ. É especialista em Prótese Dental e Implantodontia. Nascido e criado no subúrbio do Rio, se destacou como aluno e foi convidado para integrar a equipe do ilustre Professor de Dentística da UFRJ, Dr. Amilcar Vianna, com quem trabalhou em Ipanema por 11 anos. Atua nas suas clínicas de Vista Alegre e Ipanema, além de se dedicar ao trabalho de divulgar o Kit Help.

O que é o Kit Help?
Trata-se do primeiro kit de emergências médicas com oxigênio no Brasil. Considerado equipamento de suporte básico de vida, é essencial nas situações de atendimento pré-hospitalar de emergências, principalmente em locais onde existe risco de morte.

O que compõe o kit?
Cilindro de oxigênio, válvula de pressão, fluxômetro, máscara de oxigênio, ressuscitador manual ( ambu ), cânulas de Guedel, esteto, esfigmomanômetro e medicamentos. O kit pode ser composto de outros equipamentos e está disponível em bolsas e armários.

Desde quando existe o Kit Help?
O kit foi lançado no mercado nacional em novembro de 1999 e desde então passamos a divulgar pelo Brasil através de congressos, jornadas, feiras, cursos, jornais e revistas. Importante dizer que não só a classe odontológica, mas toda a área médica solicita informações do kit, o que é orgulho para mim e para a própria classe.

O que fez ter essa ideia ?

Durante um procedimento simples de anestesia infiltrativa para restaurar incisivo central superior, a paciente relatou forte dor de cabeça logo após a injeção do anestésico. Ela relatou que algo estourou na cabeça dela, o que me levou ao desespero. Fiquei completamente sem ação, sem saber o que fazer. Eu não tinha aparelho de medir pressão e pedi emprestado no consultório médico ao lado. A pressão arterial mediu 170 / 100, fato nunca ocorrido segundo informações da paciente. Liguei para o médico dela que solicitou que ela tomasse Adalat sublingual. Foram mais de 30 minutos emocionalmente abalado. Daí, passei a estudar o assunto com médicos para saber o que eu poderia ter no consultório para casos de emergência. Como não havia nenhum produto no mercado, montei um kit e logo veio a idéia de oferecê-lo aos colegas.

Soube que alguém do meio odontológico copiou a sua idéia. Isso lhe incomoda?
Um comerciante conhecido em SP, solicitou a representação, mas o valor que ele vendia era alto. Como não concordei, ele fez uma cópia. Achei feio, mas ele não foi o primeiro. Um outro colega fez uma cópia em 2001, com propagandas, mas acabou desistindo. Sou Dentista e vivo da minha clínica. Gosto de clinicar e também fazer projetos para a saúde. Eles nem sabem o que estão vendendo, são comerciantes que visam somente lucros, por isso vendem mais caro. Outros já tentaram, mas a classe odontológica sabe do meu trabalho e se mantém firme no propósito de me apoiar. Eu agradeço e estarei sempre pronto para ajudar. Viajei muito, investi tempo, dinheiro e muito trabalho para chegar onde estou. Espero que a ética, o respeito á vida e à saúde estejam acima de qualquer interesse pessoal.

Depois de 12 anos com cursos e eventos, os Dentistas estão mais conscientizados sobre a necessidade de ter um equipamento destes no consultório?

Conseguimos chamar a atenção para o problema, diversos diretores e professores de faculdade já assistiram os nossos cursos, além das publicidades que mantemos nos jornais das associações. Não existe Dentista que diga que não é necessário ter um equipamento de suporte básico de vida. São muitos os casos relatados por centenas de profissionais sobre situações difíceis que passaram nos consultórios. Casos de desmaios, tonturas, hipertensões, infartos e até choque anafilático foram relatados. É importante manter a integridade física do paciente, pois trata-se de uma vida. Além do mais, não são raros os processos judiciais contra Dentistas e Médicos, por isso devemos nos precaver.

Algum caso chamou mais a atenção?
Um Dentista viu o Kit Help no Ciorj em 2005 e comentou que ele perdera um irmão durante um atendimento em Barra Mansa, por choque anafilático. O detalhe é que a vítima era um Médico de 40 anos de idade. Faleceu na frente da esposa que o acompanhava, enquanto que o Dentista desceu as escadas a procura de socorro. Não deu tempo de salvá-lo. Outro caso no Ciosp de uma recém formada que derramou lágrimas quando adquiriu o kit. Ela lembrou-se que no ano anterior presenciou um infarto da sua paciente na cadeira. A vítima tinha somente 23 anos e foi salva após massagens cardíacas feita por um Médico que tinha um consultório no mesmo prédio. Ela quase abandonou a profissão e estava sendo acompanhada por psicólogos.

Todos os casos como esse e outros podem ser de responsabilidade do Dentista?

Não obrigatoriamente, mas nos casos relatados, os Dentistas aplicaram uma substância anestésica e pelo fato ter ocorrido durante o tratamento, é de responsabilidade do profissional ter recursos básicos para tentar salvar a vida do paciente e encaminhá-lo até um hospital. É aí que consideramos o erro. O anestésico pode não ter sido a causa do infarto, mas como ela injetou uma substância, isso pode complicar a sua situação. Já no caso do choque, sem dúvida, foi reação ao anestésico. Se existe o risco de óbito ou sequela, é indispensável saber socorrer e ter equipamentos para tal.

Existe algum projeto de lei tramitando no Congresso Nacional?
Conversei com diversos políticos e todos acharam que seria justo um projeto de lei. No entanto, como Dentista, preferi seguir um caminho de conscientização. Tenho certeza que o CFO e CROs apoiarão um projeto porque sabem dessa necessidade. Procuro ser o mais ético possível e amigo dos colegas que me procuram para aconselhamentos. Creio que quase a totalidade dos Dentistas brasileiros nunca abriu uma válvula de oxigênio e mais de 90 % nunca mediu a pressão de um paciente. Podemos assim considerar como um assunto que merece atenção. Estamos lidando com vidas humanas, por isso é um caso grave.

Dentre os projetos apresentados para salvar vidas, algum em especial?
Foram muitos, mas o projeto do Metrô do Rio foi uma grande vitória depois dos anos de tentativas. O convite do Ministro de Angola para avaliar e projetar algo para a saúde daquele país foi também uma viagem com experiências fantásticas, principalmente porque fui acompanhado do Dr. Horta da Serv-Rio, considerado no Brasil, o homem mais conhecedor de assuntos ligados a equipamentos e capacitação na área de emergências. Infelizmente, ele faleceu recentemente.

O Kit Help já é obrigatório em consultórios de algum país?
O Kit Help já é conhecido em 48 países e o site é visitado diariamente pelo mundo inteiro. Em Portugal e outros países já é lei, Dentista não trabalha sem esse equipamento. O Brasil certamente deverá assumir em breve uma posição mais firme nesse assunto.

O que é o famoso curso teatralizado oferecido pelo Kit Help?

Trata-se de uma parceria com o ilustre Prof. Dr. Wilson Pacheco, diretor do Nat, ligado a UFSC. Ele é médico e Prof. de Anatomia da FOUFSC, além de ser o escritor do manual que acompanha o kit. Montamos um teatro com cenas dramatizadas por atores, demonstrando todas as situações possíveis de acontecerem durante um tratamento odontológico. Convulsão, infarto, hipertensão, hipoglicemia, desmaio, choque anafilático e outras cenas são apresentadas aos Dentistas que assistem cada cena bem de perto. Tudo é feito com muita ética e compromisso didático. Trata-se de um curso fantástico com 8 horas de duração e que não cansa assisti-lo. Percorremos todo o Brasil com esse modelo de curso. O manual do kit foi escrito para Dentistas, é muito objetivo e tem todas as informações para utilização dos equipamentos, além de descrever os sinais e sintomas das possíveis emergências, e também como socorrer.

O Kit Help estará no congresso da ABOSP em setembro no Anhembi?
Os custos das feiras não são baixos, mas estivemos no Ciorj em julho e estamos tentando viabilizar uma parceria no estande 78. Está quase tudo certo. Espero a visita dos colegas, que é sempre um prazer.

Como adquirir ou informações sobre o Kit Help e sobre cursos?
No nosso site www.kithelp.com ou pelos telefones: 21 33918137 ou 33917736.

A proposta desta coluna, que alternará com a Odonto Entrevista, é dar visibilidade aos grandes inventores da Odontologia. Se você sabe de um nos envie e-mail com invento, nome e se possível o e-mail do inventor.

Reconhecendo quem faz mais pela odontologia.

Veja todas as Odonto Ideias anteriores visitando o nosso site, coluna do meio
www.odontex.com.br

* Professor e especialista internacional em gestão, marketing e administração do consultório com mais de 20 livros publicados. Seu mais recente trabalho é uma importante trilogia composta por títulos "Marketing de clínicas ou consultórios", "Gestão de clínicas ou consultórios" y "Sucesso de clínicas ou consultórios". Contacte-lo em: ribeiro@odontex.com.br
 

One thought on “O primeiro kit de emergências médicas com oxigênio no Brasil

  1. Paulo roberto Cabral says:

    Para adquirir este kit é necessário ter um treinamento???
    Quanto custa??

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