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Conscientização sobre suicídio na educação odontológica: um apelo à ação para o Dia Mundial da Saúde Mental

Um novo estudo mostrou que, embora a vida profissional dos dentistas seja reconhecidamente estressante, a forma como eles lidam com os desafios de saúde mental de seus pacientes é menos clara. (Imagem: Jonny McCullagh/Adobe Stock)

DUNDEE, Escócia: Enquanto a comunidade global de saúde comemora hoje o Dia Mundial da Saúde Mental, a profissão de Odontologia está sendo instada a enfrentar uma preocupação urgente dentro de suas próprias fileiras: o bem-estar mental de estudantes e profissionais. Uma nova pesquisa destaca uma lacuna crítica na educação sobre conscientização sobre suicídio nas faculdades de Odontologia, ressaltando a necessidade de uma mudança sistêmica para melhor preparar os futuros profissionais para os desafios psicológicos inerentes à Odontologia.

O Dia Mundial da Saúde Mental, coordenado pela Organização Mundial da Saúde, visa conscientizar sobre questões de saúde mental e mobilizar esforços para melhorar o bem-estar global. Este ano, o evento se concentra na necessidade urgente de apoiar a saúde mental e as necessidades psicossociais de pessoas afetadas por emergências humanitárias, um tema também reforçado pela instituição de caridade britânica Mental Health Foundation.

Na Odontologia, a atenção plena à saúde mental é uma questão central, dada a exposição bem documentada da profissão ao estresse, isolamento e fadiga emocional. Um estudo anterior constatou que mais de um em cada seis dentistas em sua amostra havia pensado em suicídio no último ano, enquanto quase um em cada 18 havia tentado suicídio em algum momento. Pressões persistentes de carga de trabalho, escrutínio regulatório e dificuldades financeiras foram citados como fatores contribuintes.

Embora a natureza altamente estressante da profissão seja amplamente conhecida, a forma como os dentistas podem e devem responder a pacientes com problemas graves de saúde mental, incluindo ideação suicida, é mais obscura. Investigando essa lacuna de conhecimento no contexto da educação odontológica, um estudo recente realizado por pesquisadores na Escócia revelou que os estudantes de graduação em Odontologia frequentemente carecem do conhecimento e da confiança necessários para responder eficazmente a sinais de sofrimento suicida entre os pacientes. A intervenção piloto de ensino descrita no artigo foi recebida com feedback positivo dos alunos, que relataram maior conscientização e redução do medo de iniciar conversas sobre suicídio. No entanto, os autores observaram que esse treinamento permanece inconsistente entre as escolas de Odontologia do Reino Unido e solicitaram uma abordagem nacional e estruturada.

Em resposta, especialistas defendem a integração de treinamentos de conscientização sobre suicídio e módulos de gerenciamento de crises de saúde mental no currículo de graduação. Recursos existentes, como o breve treinamento online da Zero Suicide Alliance, um grupo britânico de prevenção ao suicídio, oferecem uma base que pode ser facilmente adaptada para a educação odontológica. Incorporar tais iniciativas à formação profissional não apenas aumentaria a competência dos alunos, mas também promoveria uma cultura de abertura e apoio entre pares nas equipes odontológicas.

À medida que a comunidade odontológica celebra o Dia Mundial da Saúde Mental, cabe às instituições de ensino, órgãos reguladores e entidades profissionais agirem de forma decisiva. Priorizar a educação estruturada sobre a conscientização sobre o suicídio não é apenas um exercício acadêmico; é um imperativo ético. É essencial salvaguardar o bem-estar daqueles que dedicam suas carreiras a cuidar dos outros.

O estudo escocês, intitulado "It is relevant, it is useful and we won’t be scared to ask’: The response of undergraduate dental students to suicide awareness education”,  foi publicado em 12 de setembro de 2025 no British Dental Journal.

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